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    Troca de papéis da Vale atinge 84% das ações preferenciais

    NICOLA PAMPLONA
    DO RIO

    12/08/2017 00h31

    Stan Honda/AFP
    Investidor que não converter ação da Vale pode ter dificuldade de negociar o papel
    Investidor que não converteu ação da Vale pode ter dificuldade de negociar o papel

    A Vale informou nesta sexta-feira (11) que obteve o número necessário de adesões de investidores à conversão de suas ações para a reorganização societária que vai pulverizar o capital da companhia.

    Segundo a empresa, detentores de um volume equivalente a 84,4% das ações preferenciais aceitaram trocar os papéis por ações ordinárias (com direito a voto). O mínimo necessário para dar prosseguimento ao processo era 54,09%.

    Cada ação preferencial será convertida em 0,9342 ação ordinária. A ideia é que as preferenciais deixem de existir, atendendo condição para listagem no Novo Mercado da Bolsa de São Paulo (B3), de governança mais rígida.

    Para especialistas, a mudança deve atrair mais investidores estrangeiros, o que deve impulsionar a cotação das ações ordinárias da mineradora.

    Aqueles que quiseram manter a ação preferencial poderão ter dificuldade de vender o papel, afirma Pedro Galdi, analista-chefe da Magliano Corretora.

    "O acionista vai ficar com um papel pouco negociado. Quando ele quiser vender, pode não encontrar quem compre", ressalta.

    BLOCO DE CONTROLE

    A proposta prevê ainda a incorporação da Valepar, controlada por Bradesco, Mitsui e os fundos Funcef, Previ (Banco do Brasil), Petros (Petrobras) e Funcesp (Cesp), à Vale, eliminando o bloco de controle.

    O acordo limita a 25% a participação máxima de um único acionista na empresa. O investidor que quiser ter mais do que isso terá de fazer oferta para comprar a fatia de todos os demais.

    Para acionistas, a medida reduzirá a possibilidade de interferência política na mineradora, que, desde a privatização, há 20 anos, vem sofrendo pressões por nomeação de executivos e pela realização de investimentos.

    A operação enfrentou resistências de grupos de minoritários e de participantes de fundos de pensão, que chegaram a questionar a mudança na CVM (Comissão de Valores Mobiliários).

    Os fundos veem na operação uma chance de levantar dinheiro com a venda das ações da mineradora, que era dificultada pelo acordo de acionistas.

    Para a Previ, por exemplo, a mudança era considerada essencial para viabilizar o pagamento de aposentadorias.

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