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    Lucro da JBS cai 80% no primeiro balanço após delação de Joesley

    DE SÃO PAULO

    14/08/2017 21h30

    Pedro Ladeira - 21.mar.2017/Folhapress
    LAPA, PR, BRASIL, 21-03-2017, 12h00: O ministro da Agricultura Blairo Maggi realiza visita técnica e vistoria na planta do frigorífico SIF 530, da Seara, do grupo JBS. Esta é uma das plantas investigadas na operação Carne Fraca da Polícia Federal, e está com a licença de exportação suspensa. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER)
    Frigorífico da JBS em Lapa, no Parná

    No primeiro resultado após vir a público a delação do empresário Joesley Batista, a JBS anunciou uma queda de 80% no lucro líquido no segundo trimestre, em relação ao mesmo período do ano passado, para R$ 309,8 milhões.

    No dia 17 de maio, vazou a informação de que Joesley admitia prática de corrupção e pagamento de propina a políticos. O caso gerou denúncia contra o presidente Michel Temer e provocou uma crise de imagem na empresa –suas ações caíram e ativos tiveram de ser vendidos.

    A receita líquida da JBS ficou em R$ 41,7 bilhões no período, quase 5% inferior ao registrado no mesmo trimestre do ano passado.

    Conforme a companhia anunciou na semana passada, por causa da apuração em andamento devido ao acordo de leniência firmado com o Ministério Público, ela divulgaria o resultado sem o relatório de revisão do auditor independente. De acordo com a empresa, a situação será regularizada após a homologação do acordo e o levantamento do sigilo.

    Em junho, a empresa anunciou um acordo de leniência de R$ 10,3 bilhões firmado com o Ministério Público.

    Os escândalos de corrupção impactaram o negócios da empresa, mas ainda não é possível medir com precisão o tamanho do estrago.

    Quando a delação veio à tona, o trimestre já passava da metade, ou seja, ela já tinha boa parte dos estoques e contratos definidos para o período. Mas precisou adaptar-se à nova realidade: a JBS mudou seu modelo de comercialização na compra de gado, restringindo os pagamentos à vista aos produtores.

    Por parte dos consumidores, houve campanhas de boicote nas redes sociais aos produtos da holding J&F, a controladora da JBS.

    A empresa suspendeu suas tradicionais propagandas com celebridades de altos cachês, como Tony Ramos e Fátima Bernardes, e passou a esconder o nome da Friboi em seus produtos. Também fez promoções agressivas para não perder vendas.

    Os resultados mostram queda de 7,5% no custo dos produtos vendidos.

    Em sua divulgação de resultados nesta segunda, a empresa ressalta mudanças na presidência do conselho, além de avanços em um programa de compliance.

    Em maio, os irmãos Joesley e Wesley Batista renunciaram aos postos de presidente e vice do conselho da JBS, após formalização de acordos de delação premiada.

    A JBS também destaca o anúncio do plano de desinvestimentos, que deve gerar entrada de caixa de R$ 6 bilhões, segundo a empresa.

    Os ativos incluem a participação de 19,4% na Vigor, Moy Park e Five Rivers.

    O desempenho do trimestre embute também os reflexos sentidos pelo setor como um todo após a deflagração da operação Carne Fraca pela Polícia Federal, em 17 de março, que influenciaram nos preços internos e também no volume exportado, com o fechamento de alguns mercado externos.

    A crise da pecuária acentuou um processo de perda de renda no setor que teve inicio no ano passado.

    O valor bruto da produção da pecuária deve recuar cerca de 6% neste ano em relação a 2016, atingindo o menor patamar em cinco anos, segundo dados do Ministério da Agricultura que incluem os segmentos bovino, suíno, frango, leite e ovos.

    SETOR

    Também nesta segunda-feira, a Marfrig anunciou prejuízo líquido das operações continuadas de R$ 156,9 milhões, ante resultado também negativo de R$ 200,5 milhões em igual período de 2016. (JOANA CUNHA)

    JBS /2° TRI 2017

    Receita R$41,7 bilhões
    Ebitda R$ 3,8 bilhões
    Lucro líquido R$ 309,8 milhões,
    Número de funcionários 133 mil
    Principais concorrentes BRF, Marfrig, Minerva

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