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    Varejo surpreende, e analistas preveem PIB melhor no 2º trimestre

    FLAVIA LIMA
    DE SÃO PAULO

    15/08/2017 10h08 - Atualizado às 23h24

    O desempenho do comércio varejista em junho surpreendeu economistas, favorecido pela queda da inflação, pelos juros menores e pelo saque das contas inativas do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).

    As vendas subiram 1,2% em relação a maio –o terceiro mês consecutivo de expansão. Na comparação com junho de 2016, a alta foi de 3%.

    O setor acumulou também alta de 2,5% entre abril e junho, período considerado mais consistente desde 2014.

    "Não se via desde então três meses seguidos de alta", disse Isabella Nunes, coordenadora do IBGE.

    Os economistas, no entanto, se dividem com relação aos efeitos do comércio sobre o PIB do segundo trimestre.

    É consenso que o impacto do comércio varejista sobre a atividade foi positivo, mas, para alguns, insuficiente para reverter a queda prevista para o PIB de abril a junho.

    As vendas do varejo, diz o Bradesco, reforçam a expectativa de retomada da economia nos próximos trimestres. Para o PIB do segundo trimestre, a expectativa da equipe, porém, é de contração de 0,3%, refletindo o desempenho do setor de serviços.

    O Itaú Unibanco vê alta disseminada do varejo e números "encorajadores".

    Volume de vendas do varejo - Em %

    AGROPECUÁRIA

    Ainda assim, o PIB do segundo trimestre deve recuar 0,2%, influenciado pelo setor agropecuário, disse nesta terça (15) o economista-chefe banco, Mário Mesquita.

    Após crescer 11,7% até março, a agropecuária deve perder 0,2% de abril a junho.

    Olhando à frente, o Itaú espera que as vendas no varejo continuem em recuperação. Em julho, no entanto, o banco estima que tenha havido queda de 0,4%.

    Mais otimista, Roberto Padovani, economista-chefe do Votorantim, diz que a estimativa de PIB próximo de zero no segundo trimestre pode ser revisada para cima em razão do bom desempenho do varejo. "Há um "viés para números melhores", diz.

    Para o Banco de Tokyo, a recuperação acima do esperado do comércio reduz a probabilidade de uma contração do PIB no segundo trimestre.

    A Rosenberg Associados diz que a queda da inflação terá efeito duplo sobre o comércio. Ela possibilita alta direta do consumo e também beneficia o crédito por meio de juros mais baixos.

    A safra recorde também abre espaço para a alta da renda do agronegócio, e os efeitos da liberação dos recursos do FGTS sobre o consumo ainda não se esgotaram.

    Com o resultado de junho, diz a Rosenberg, o comércio volta ao nível de dezembro de 2015. O avanço esperado para 2017 é de 1%, deixando para trás dois anos de resultados negativos, quando o setor acumulou perdas de 10,3%.

    Variação da receita nominal do varejo - Em %

    Com a Reuters

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