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    JBS agora prevê entrada na Bolsa de NY no fim de 2018

    NICOLA PAMPLONA
    DO RIO
    JOANA CUNHA
    DE SÃO PAULO

    16/08/2017 02h00

    Danilo Verpa - 13.fev.2017/Folhapress
    Joesley Batista (foto) usou avião da JBS para ir aos EUA por 'segurança pessoal', diz empresa
    O empresário Joesley Batista, dono da JBS

    O presidente da JBS, Wesley Batista, afirmou nesta terça-feira (15) que quer retomar os planos de negociar ações na Bolsa de Nova York no segundo semestre de 2018.

    O projeto era considerado um passo essencial para o gigante da carne dar um salto em sua expansão internacional, mas foi abortado depois que a JBS admitiu em delação premiada o pagamento de propina a políticos.

    "Acreditamos que poderemos estar preparados para, possivelmente, no segundo semestre, fazer o IPO [oferta pública inicial de ações]", disse Batista durante conferência com analistas.

    A previsão era que o lançamento de ações da JBS Foods International (subsidiária para operações internacionais da empresa) ocorresse até junho deste ano, mas a operação ficou comprometida depois que a delação veio a público, em 17 de maio.

    O caso gerou denúncia contra o presidente Michel Temer e provocou uma crise de imagem na empresa –as ações que já possui na Bolsa brasileira caíram e ativos tiveram que ser vendidos.

    Na segunda (14), a JBS anunciou seus resultados financeiros relativos ao segundo trimestre, com uma queda de 80% no lucro líquido em relação ao mesmo período do ano passado, para R$ 309,8 milhões.

    REMUNERAÇÃO

    Apesar da crise gerada pela delação de seus controladores, a JBS propôs a seus acionistas um aumento de R$ 10 milhões na verba destinada à remuneração de seus administradores em 2017, que foi definida em R$ 17 milhões em assembleia realizada no dia 30 de abril.

    A proposta foi incluída entre as matérias que serão votadas em assembleia que será realizada no próximo dia 1º de setembro. O encontro foi solicitado pelo BNDESPar, braço de participações do BNDES, para pedir investigação sobre os controladores da companhia.

    O aumento seria dado só aos conselheiros de administração: a cifra destinada a eles subiria de R$ 2,59 milhões para um total de R$ 14,6 milhões no ano –ou cerca de R$ 1,6 milhão por conselheiro. Em 2016, a remuneração global dos conselheiros foi de R$ 2,04 milhões, ou cerca de R$ 290 mil para cada um.

    O conselho de administração da JBS é formado hoje por nove membros, entre eles Wesley Batista e José Batista Sobrinho, da família fundadora da companhia.

    É presidido por Tarek Mohamed Farah, que também participa da administração da Alpargatas, vendida recentemente pela família Batista.

    A JBS justifica a proposta de aumento devido às "substanciais transformações na realidade" da empresa.

    "A companhia vem implementando uma série de mudanças", diz, em texto entregue à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), citando novas atribuições que os conselheiros terão, como "liderar o processo de transformação e aprimoramento dos níveis de governança".

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