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    Associação diz que regulador não tem condições de fiscalizar nova Sabesp

    DE SÃO PAULO

    29/08/2017 12h44 - Atualizado às 16h10
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    Edson Silva - 8.out.2014/Folhapress
    Caminhões da Sabesp abastecem caminhões-pipa em lago de fazenda próximo a cidade de Franca, em SP
    Caminhões da Sabesp abastecem caminhões-pipa em lago de fazenda próximo a cidade de Franca, em SP

    Em meio às discussões em torno da holding que o governo Alckmin pretende criar para atrair investidores interessados em explorar o saneamento básico em São Paulo, a Associação dos Profissionais de Agências Reguladoras de São Paulo (Apar) emitiu uma nota dizendo não ter capacidade de fiscalizar a nova empresa.

    A Apar diz que os problemas que a agência enfrenta impedem uma fiscalização adequada tanto da nova holding quanto de outros ativos sob supervisão da Arsesp.

    "Para que este projeto arrojado tenha sucesso, mostra-se essencial o fortalecimento institucional da Agência", afirmou a associação, em nota.

    Entre os problemas apontados estão cargos de direção vagos e sem indicação de nomes para ocupá-los. Segundo a Apar, desde 2013 o governador Geraldo Alckmin não indica um diretor-presidente para a Arsesp, e o cargo é preenchido "sempre por critério de vacância, o que não se mostra boa alternativa."

    Outra questão é o corpo técnico reduzido e o elevado índice de evasão de aprovados em concursos da agência, por causa, segundo a associação, da falta de reajuste salarial e ausência de um plano de carreiras.

    A Apar critica ainda o atraso nas revisões tarifárias. "O investidor precisa estar seguro que, independente da orientação política do executivo, as condições pactuadas, taxas de retorno, procedimentos de reajustes e revisões tarifárias serão mantidas ao longo dos 20 ou 30 anos da concessão", afirma, em nota.

    Sem esses fatores, "o ambiente para investimentos torna-se mais inseguro, instável, dificultando ao investidor prever com segurança seu retorno e, desse modo, o projeto de criação de uma holding para atrair os recursos financeiros necessários para os avanços nos serviços de saneamento básico pode ficar comprometido ou mostrar-se incapaz de concluir a transformação do capital atraído em universalização dos serviços, não refletindo em benefícios para a população paulista".

    HOLDING

    O governo Alckmin anunciou no início de agosto que pretende criar uma sociedade controladora inicialmente gerida pelo Estado. Depois, o governo pretende vender participações na holding para captar recursos -mantendo a maioria das ações com direito a voto.

    O objetivo é acelerar o programa de universalização de coleta e tratamento do esgoto em São Paulo.

    O projeto, no entanto, é considerado genérico por parlamentares e analistas consultados pela Folha.

    Uma das dúvidas é sobre a destinação dos recursos da venda de ações do Estado na holding, que poderiam reforçar o caixa do governo sem necessariamente financiar investimentos da companhia.

    Outra incerteza é sobre quais ativos seriam gerenciados pela holding. O texto fala que o objetivo da sociedade controladora é "reunir ativos de saneamento básico", sem, no entanto, especificar outros além da Sabesp.

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