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    Câmara vende folha de pagamento e anuncia corte de R$ 236,5 milhões

    DANIEL CARVALHO
    DE BRASÍLIA

    30/08/2017 12h06 - Atualizado às 18h48

    Pedro Ladeira/Folhapress
    Sessão no plenário da Câmara dos Deputados, em Brasília (DF) referente a votação da PEC da reforma política
    O plenário da Câmara dos Deputados, em sessão da reforma política

    A Câmara dos Deputados divulgou nesta quarta-feira (30) planos para arrecadar R$ 221 milhões com a venda da folha de pagamento da Casa. Além disso, pretende cortar despesas num total de R$ 236,5 milhões.

    "Diante do cenário econômico do país, que impõe restrições nos gastos de todos os órgãos da administração pública federal, a Mesa Diretora da Câmara dos Deputados também dará a sua contribuição para o corte de gastos públicos proposto pelo governo federal. De maneira inédita, a Câmara vai reduzir suas despesas e ampliar suas receitas em R$ 457,5 milhões", informou o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), em comunicado.

    Para elevar a arrecadação, a Câmara vendeu à Caixa Econômica e ao Banco do Brasil sua folha de pagamentos. Haverá pagamento imediato de R$ 70 milhões e o restante, R$ 151 milhões, será pago no período de 60 meses.

    Toda receita arrecadada na operação com a folha de pagamentos será transferida ao Tesouro Nacional. A publicação no Diário Oficial da ratificação dessas contratações sairá na quinta-feira (31).

    As duas instituições financeiras já haviam adquirido a folha em 2008 por R$ 220 milhões. Este valor, atualizado, chega a mais de R$ 370 milhões.

    Em 2015, o então presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), negociava a folha de pagamento da Casa para construir um complexo de três prédios com gabinetes, um plenário novo e um shopping center —o "parlashopping"— com orçamento estimado em R$ 1 bilhão.

    De acordo com a assessoria de imprensa da Câmara, o valor líquido da folha de pagamento da Casa em agosto deste ano foi de R$ 212,9 milhões.

    A Câmara informou que a última contratação do Banco do Brasil e da Caixa foi em 2014, quando a Casa arrecadou R$ 11,2 milhões pelo período de seis meses.

    Em 2008, a Câmara diz que "vendeu" também a exclusividade da consignação em folha, o que possibilitou maior arrecadação. A prática, no entanto, foi posteriormente vedada pelo Banco do Brasil, em 2011.

    CORTES

    Segundo o informe, haverá redução de despesas com custeio operacional, obras e investimentos, além de pessoal e encargos sociais.

    Maia anunciou, por exemplo, que a gráfica da Câmara não vai mais funcionar no período da madrugada.

    Os galões de água mineral serão substituídos por água encanada e serão adotadas luminárias de LED, mais econômicas.

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