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    Nova taxa do BNDES passa na Câmara e deve ser votada na terça no Senado

    MARIANA CARNEIRO
    DE BRASÍLIA

    30/08/2017 17h30

    Andressa Anholete/AFP
    Senator Eunicio Oliveira during the Senate session to elect the new president of Brazil's upper house of Congress in Brasilia on February 1, 2017. The dispute for the presidency of the Brazilian Senate is between Eunicio Oliveira (PMDB-CE), who has the support of the current president Renan Calheiros (PMDB-AL), and Jose Medeiros (PSD-MT). / AFP PHOTO / ANDRESSA ANHOLETE
    Presidente do Senado, Eunício Oliveira pretende colocar o tema em votação no início da semana

    A proposta que altera a taxa de juros do BNDES passou pela última etapa de votação na Câmara dos Deputados nesta quarta (30) e agora segue para análise do Senado.

    Em votação que durou cerca de quatro horas, os parlamentares rejeitaram três mudanças no texto sugeridas pelo PT. O texto-base que cria a TLP (Taxa de Longo Prazo) já havia sido aprovado pelos deputados na semana passada.

    Presente à votação, o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), afirmou que pretende colocar o tema em votação na próxima terça (5) ou quarta (6) pela manhã, apesar da semana curta com o feriado na sexta, o que tem potencial de baixar a presença de parlamentares.

    O objetivo dos governistas é evitar que a medida provisória que altera os juros do BNDES caduque, uma vez que vence em 6 de setembro.

    O governo quer alterar a referência para os empréstimos do BNDES a partir de janeiro. Isso também mudará a correção dos recursos que o banco tem que devolver ao Tesouro Nacional e ao FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador), fonte de recursos da entidade de fomento.

    A ideia é retirar do crédito do BNDES a atual TJLP, hoje fixada pelo governo a cada três meses, e em seu lugar implantar a TLP, taxa que seguiria a remuneração dos títulos públicos NTN-B com validade de cinco anos, negociados no mercado financeiro.

    nova dinâmica

    A mudança é tratada como uma das mais importantes medidas estruturais propostas pelo governo, segundo integrantes da equipe econômica, pois mudaria de forma perene a dinâmica de gastos do governo com subsídios que são invisíveis no Orçamento.

    As empresas tomam hoje empréstimo no BNDES a taxas de juros mais baixas do que as que o governo paga para se financiar. Esse subsídio não passam pelo Orçamento.

    Os integrantes do governo argumentam ainda que essa fatia de crédito mais barata e rígida retira potência da política do Banco Central contra a inflação.

    A medida, no entanto, é alvo de intensas críticas do setor produtivo e de economistas mais afeitos a políticas de incentivo à indústria e à produção doméstica.

    Eles afirmam que, sem os juros mais baixos, a indústria brasileira perderá capacidade de competir com fornecedores estrangeiros, que podem oferecer crédito mais barato a compradores. E faltarão recursos para investimento, quando a recessão acabar e as empresas estiverem mais dispostas a aumentar a capacidade de produção.

    Os argumentos são rejeitados pelos integrantes do governo, que defendem que a mudança ajudará a baixar a taxa de juros para todos os setores, o que ajudará na recuperação da economia.

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