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    BNDESPar e Caixa vão à Justiça para impedir voto de irmãos Batista

    RAQUEL LANDIM
    DE SÃO PAULO

    NICOLA PAMPLONA
    DO RIO

    31/08/2017 16h09

    Aloisio Mauricio/Fotoarena/Folhapress
    O empresário Joesley Batista
    O empresário Joesley Batista

    O BNDESPar e a Caixa Econômica Federal (CEF) solicitaram uma liminar à Justiça para impedir os representantes dos irmãos Batista de votar na assembleia da JBS que acontece nesta sexta-feira (1).

    Segundo apurou a reportagem, o pedido foi ajuizado na oitava vara cível da Justiça Federal de São Paulo. O juiz ainda não decidiu sobre o caso, o que deve ocorrer em breve.

    O argumento dos bancos estatais é que há conflito de interesse, porque a assembleia vai avaliar uma ação de responsabilidade civil contra os administradores por conta dos crimes que admitiram em delação premiada. A ação obrigaria Wesley Batista a deixar a presidência da empresa.

    A decisão do BNDES e da CEF, os principais minoritários da JBS com 26% de participação, contraria parecer da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que, a pedido do banco estatal, avaliou o assunto.

    Na terça-feira (29), a autarquia decidiu que a complexidade do caso não permitia concluir que havia conflito de interesses a priori e recomendou que os acionistas avaliassem a questão e, se for o caso, se absterem de votar.

    A CVM acompanhou o argumento da defesa de que os interesses da J&F, holding que congrega os negócios do Batista e detém 42,16% da JBS, não necessariamente coincidem com os de Wesley Batista.

    A J&F alegou que a saída de Wesley poderia provocar danos para a empresa, como, por exemplo, a antecipação da cobrança de dívidas pelos bancos por quebra de contrato por conta da mudança no controle.

    Procurados, BNDES e CEF não comentaram. Em um evento no Rio de Janeiro, Eliane Lustosa, diretora da área de mercado de capitais do BNDES, afirmou que a decisão da CVM não mudava a estratégia do banco e se recusou a responder sobre um possível questionamento judicial.

    Se a Justiça não impedir a J&F de votar, o BNDES e a CEF tem poucas chances de conseguir afastar Wesley Batista do comando da empresa. Se conseguirem a liminar, o jogo muda.

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