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    Bolsa brasileira atinge maior nível em quase 7 anos com PIB e dados dos EUA

    DANIELLE BRANT
    DE SÃO PAULO

    01/09/2017 17h42 - Atualizado às 18h19

    A Bolsa brasileira encerrou a sexta (1º) no maior patamar em quase sete anos, impulsionada pelo otimismo dos investidores com a atividade econômica do país no segundo trimestre e após dados mais fracos que o esperado no mercado de trabalho dos Estados Unidos.

    O Ibovespa, índice que reúne as ações mais negociadas da Bolsa brasileira, se valorizou 1,54%, para 71.923 pontos. É o maior nível desde 8 de novembro de 2010, quando o mercado acionário fechou nos 72.657 pontos.

    O índice chegou a superar os 72 mil pontos nesta sexta, mas não conseguiu sustentar a nova marca. O volume negociado foi de R$ 9,93 bilhões, acima da média diária do ano, que é de R$ 8,09 bilhões.

    O dólar comercial fechou em queda de 0,03%, para R$ 3,148. O dólar à vista teve desvalorização de 0,32%, para R$ 3,134.

    A Bolsa já começou o dia em alta, impulsionada pelo crescimento de 0,2% do PIB (Produto Interno Bruto) no segundo trimestre.

    O dado veio melhor do que o esperado por analistas consultados pela agência Bloomberg, que viam alta de 0,1% na comparação com o trimestre anterior.

    "O PIB veio bom e depois de uma forte alta no primeiro trimestre, embora numa velocidade menor. Foi a segunda expansão consecutiva, depois de dois anos de recessão", afirma Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Banco Mizuho do Brasil.

    "A gente observa uma melhora no consumo, em parte em virtude da liberação do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) das contas inativas, mas refletindo também a melhora dos índices de confiança. Com a queda dos juros que o Banco Central deve continuar executando de forma agressiva na próxima semana, a expectativa é que a economia continue se recuperando", ressalta.

    A avaliação é parecida com a de Alexandre Wolwacz, sócio-fundador do Grupo L&S. Ele ressalta, porém, que o índice, apesar da alta desta sexta, segue abaixo dos patamares históricos. "Se nesses seis anos o Ibovespa fosse corrigido pela inflação, estaria atualmente entre os 110 mil ou 115 mil pontos. Para quem está preocupado com que o mercado possa estar subindo demais, só digo que estamos bem atrás do que deveríamos estar", ressaltou.

    "As ações estavam tão desvalorizadas que agora estamos falando de uma economia que começa a corrigir a inflação desse período", complementou.

    O CDS (Credit Default Swap, espécie de termômetro de risco-país) recuou 1,61%, para 192,7 pontos.

    No mercado de juros futuros, os contratos mais negociados fecharam com sinais mistos. O DI para janeiro de 2018 recuou de 7,805% para 7,780%. Já o DI para janeiro de 2019 subiu de 7,760% para 7,810%.

    EUA

    Nos Estados Unidos, o dado de mercado de trabalho decepcionou, com a criação de 156 mil vagas em agosto, contra estimativa de geração de 180 mil postos.

    O mercado começa a apostar em um aumento de juros nos Estados Unidos apenas em 2018, o que manteria o dinheiro de investidores em países emergentes, como o Brasil. A leitura fez com que o dólar perdesse força ante 17 das 31 principais moedas do mundo.

    "O relatório de emprego veio mais fraco que o esperado, sustentando a ideia de que banco central americano não deve subir os juros neste ano e que a normalização da política monetária lá vai acontecer de forma mais gradual, o que ajuda os emergentes, por causa da liquidez internacional elevada", afirmou Rostagno.

    Projeção da Bloomberg indica aumento dos juros nos EUA apenas no próximo ano.

    AÇÕES

    O otimismo com o PIB brasileiro fez com que 46 das 58 ações do Ibovespa subissem nesta sexta. Oito caíram e quatro encerraram estáveis.

    A maior alta foi registrada pelos papéis da Usiminas, que dispararam 10,3% com a valorização dos preços do aço, que impulsionaram ainda as ações da CSN (6,67%) e da Gerdau (6,24%).

    As ações ordinárias da mineradora Vale subiram 1,68%, para R$ 35,67. Os papéis preferenciais tiveram alta de 1,54%, para R$ 33,07.

    Já a Petrobras registrou forte valorização, depois de anunciar novo reajuste de preços por causa do aumento das cotações internacionais de petróleo em decorrência da passagem do furacão Harvey pelos Estados Unidos.

    As ações mais negociadas da estatal subiram 2,71%, para R$ 14,02. Os papéis com direito a voto avançaram 4,51%, para R$ 14,60.

    "A Petrobras está se recuperando pelas modificações administrativas que está promovendo e que o mercado está entendendo como adequadas e corretas", afirma Alexandre Wolwacz, do Grupo L&S.

    No setor financeiro, as ações do Itaú Unibanco subiram 2,06%. As ações preferenciais do Bradesco tiveram ganho de 2,08%, e as ordinárias fecharam com alta de 1,98%. O Banco do Brasil subiu 3,88%, e as units –conjunto de ações– do Santander Brasil se valorizaram 0,75%.

    A JBS destoou do bom humor generalizado e fechou em baixa de 0,35%, após a Justiça suspender assembleia geral de acionistas da empresa.

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