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    Bolsa encosta em recorde com vitórias do governo, mas perde fôlego no fim

    DANIELLE BRANT
    DE SÃO PAULO

    06/09/2017 17h29 - Atualizado às 17h43

    A Bolsa brasileira testou sua máxima histórica nesta quarta-feira (6), mas acabou fechando pouco abaixo do recorde de 73.516 pontos, impulsionada por vitórias do governo no Congresso. Já o dólar encerrou os negócios a R$ 3,10, com os investidores digerindo o anúncio da saída do vice-presidente do banco central americano.

    O Ibovespa, índice que reúne os papéis mais negociados do mercado brasileiro, subiu 1,75%, para 73.412 pontos. Na máxima do dia, bateu 73.607 pontos.

    O dólar comercial fechou em queda de 0,57%, para R$ 3,103. O dólar à vista se desvalorizou 0,60%, para R$ 3,105.

    O mercado reagiu com otimismo a duas vitórias do governo no Congresso. Na noite de terça, o Senado aprovou o texto-base da nova política de juros do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Ainda é preciso analisar os destaques da proposta.

    Mais tarde, o governo deu mais uma demonstração de força, ao aprovar a revisão da meta fiscal.

    Com o resultado, o governo ampliou a previsão do rombo deste e do próximo ano para R$ 159 bilhões. A previsão anterior era de um deficit de R$ 139 bilhões em 2017 e R$ 129 bilhões no ano seguinte.

    "A semana tem sido relevante do ponto de vista econômico e político. Olhando para o PIB, a atividade vem surpreendendo de forma positiva, não só no segundo trimestre, que veio melhor pelo consumo das famílias", afirma Ignácio Crespo, economista da Guide Investimentos.

    "Os números de atividade desse início de terceiro trimestre vão mostrando a mesma coisa, a produção industrial surpreendeu de forma positiva, a inflação segue controlada. A gente já começa a ver uma recuperação."

    Nesta quarta, o IBGE divulgou que a inflação oficial avançou 0,19% em agosto, acumulando alta de 2,46% em 12 meses. "O IPCA abaixo do esperado dá fôlego ao Banco Central para continuar cortando a taxa de juros, o que é positivo para a Bolsa", afirmou.

    Os investidores também aproveitaram para se posicionar antes do feriado de 7 de setembro, que deixará a Bolsa brasileira fechada.

    No mercado cambial, os investidores analisaram o anúncio de que o vice-presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano), Stanley Fischer, vai deixar o cargo em outubro. A expectativa era de que ele deixasse a autoridade monetária após o fim do mandato de Janet Yellen, em fevereiro do próximo ano.

    O anúncio aliviou a pressão sobre as principais moedas do mundo. Das 31 maiores divisas, 23 ganharam força ante o dólar nesta quarta.

    "No curto prazo, o dólar pode cair abaixo de R$ 3, com o fluxo de notícias muito positivo no mercado local. É difícil traçar um cenário para seis ou 12 meses, considerando que teremos eleições no ano que vem e que vai ser uma incógnita", disse Crespo.

    O CDS (credit default swap, medida de risco-país) do Brasil recuou 1,48%, para 186 pontos. É o menor nível desde 26 de dezembro de 2014.

    No mercado de juros futuros, as taxas dos contratos mais negociados recuaram. O contrato para janeiro de 2018 caiu de 7,740% para 7,660%. O DI para janeiro de 2019 teve baixa de 7,790% para 7,630%.

    AÇÕES

    Entre as 59 ações do Ibovespa, 47 subiram, 11 caíram e uma permaneceu com preço estável. O volume negociado no dia foi de R$ 11,08 bilhões, acima do giro médio diário do ano, que é de R$ 8,1 bilhões.

    As ações da Petrobras estiveram entre as principais altas do índice, ajudadas pela alta dos preços do petróleo no exterior. Os papéis mais negociados da estatal subiram 4,23%, para R$ 15,02. As ações ordinárias tiveram valorização de 4,38%, para R$ 15,50.

    Os papéis da mineradora Vale subiram, com impulso do avanço de 0,68% dos preços do minério de ferro no exterior.

    As ações ordinárias da Vale subiram 0,56%, para R$ 35,80. As ações preferenciais tiveram ganho de 0,91%, para R$ 33,17.

    No setor financeiro, as ações do Itaú Unibanco avançaram 2,68%. Os papéis preferenciais do Bradesco subiram 1,51%, e os ordinários encerraram com ganho de 2,09%. O Banco do Brasil fechou em alta de 2,37%, e as units –conjunto de ações– do Santander Brasil encerrou com valorização de 2,72%.

    Folhainvest

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