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    França investiga se Peugeot e Citroën fraudaram emissões

    DA AFP

    08/09/2017 11h08 - Atualizado às 20h31

    Vincent Kessler/Reuters
    FILE PHOTO: The Peugeot logo is seen on a car at a dealership of French car maker PSA Peugeot-Citroen, Europe's No. 2 automaker by volume, in Selestat, eastern France, September 7, 2012. REUTERS/Vincent Kessler/File photo ORG XMIT: SIN21
    PSA Group é investigado por autoridades francesas por fraudes em emissões de motores

    Autoridades francesas investigam possível fraude no software de emissões de poluentes em motores a diesel pelo grupo PSA Peugeot Citroën que teria sido usado em cerca de 2 milhões de veículos, informou o jornal "Le Monde" nesta sexta-feira (8).

    O grupo, que negou à publicação o uso de ferramentas fraudulentas, é acusado de manipular motores para que, durante testes de aprovação em condução real, emitam menos óxido de azoto, um gás altamente tóxico.

    Volkswagen, Renault e Fiat-Chrysler também estão na mira da Justiça francesa por práticas semelhantes, no caso que ficou conhecido como "dieselgate".

    Ainda segundo o jornal, os investigadores falam de uma "estratégia global para fabricar motores fraudulentos".

    SALÃO DO AUTOMÓVEL

    O caso surge às vésperas do Salão do Automóvel de Frankfurt, na Alemanha.

    "O diesel e as emissões de poluentes foram alvo de debates recentemente, sobretudo na Alemanha, e criaram um problema de imagem para a indústria em seu conjunto", disse Stefan Bratzel, do instituto do automóvel CAM.

    "Por um lado, a indústria automotiva vive os melhores anos de sua história em termos de vendas e lucros, mas, por outro, ela se pergunta o que vai acontecer no futuro."

    O grupo PSA teve lucro de € 1,25 bilhão (R$ 4,65 bilhões) no primeiro semestre do ano. A Volkswagen se recuperou rapidamente do "dieselgate" e virou a número um de vendas no mundo. Daimler e BMW também registraram lucros animadores e volume de vendas em constante alta.

    As perspectivas são boas para o resto do ano, apesar de desaceleração nos EUA e de crescimento menos vigoroso da China. Para o oeste europeu, o diretor do centro de pesquisa automobilística CAR, Ferdinand Dudenhöffer, prevê alta de 3%, um pouco menos que em 2016.

    Contudo, afirma, o salão vai ser marcado por incertezas relacionadas ao diesel e ao motor convencional, já que as emissões de poluentes são cada vez mais combatidas na Europa.

    Peter Fuss, especialista no setor automobilístico no gabinete EY, espera poder ver no salão "como a indústria reage a essa ameaça sobre o diesel".

    Apesar de algumas empresas terem apresentado seus projetos no setor de carros elétricos –como a BMW, com um modelo de mini previsto para 2019–, um conjunto de novos 4x4 urbanos de motor convencional, os SUVs, vai lembrar o tamanho do desafio pela frente.

    A Federação Alemã do Automóvel, VDA, organizadora do salão, prometeu mais 300 inovações e espera cerca de mil expositores, apesar de grandes empresas como Nissan, Peugeot, Fiat, Tesla e Volvo não participarem do encontro.

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