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    Empresários e sindicalistas criticam política econômica de Temer

    MAELI PRADO
    GUSTAVO URIBE
    DE BRASÍLIA

    12/09/2017 13h09 - Atualizado às 13h53

    Empresários e sindicalistas criticaram na manhã desta terça-feira (12) a política econômica do governo durante reunião aberta no Palácio do Planalto com a presença do presidente Michel Temer e do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.

    Chamados ao palco pelo presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf, 10 líderes empresariais e sindicais apontaram problemas na condução da economia, como baixa geração de empregos, falta de crédito, ausência de investimentos, negociação de débitos tributários e burocracia, entre outros.

    As reclamações foram reunidas em um documento e entregues a Temer. Os representantes das empresas e dos sindicatos almoçarão com Temer no Palácio da Alvorada.

    "O BNDES precisa aplicar o máximo e temos um problema, porque há dificuldades com os agentes. Se não houver a disposição e boa vontade dos agentes, fica tudo engessado", afirmou Skaf.

    O presidente da Fiesp ainda afirmou que é a favor de um "meio termo" na proposta do novo Refis, que ainda está em debate entre a equipe econômica e o Congresso.

    "Nós queremos um meio-termo da proposta do Refis, nem o que o governo apresentou nem o que o relator sugeriu", afirmou.

    O deputado federal e presidente da Força Sindical Paulinho da Força (Solidariedade) afirmou que a economia começa a dar "alguns sinais de crescimento". "Mas é preciso mais. Havia um período em que era possível parcelamentos em 90 meses. É necessário retomar isso", disse.

    Paulinho afirmou que Meirelles "deveria se encarregar da questão dos juros". "O BC tem acertado na contínua queda dos juros, mas é preciso reduzir mais".

    O presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores), Ricardo Patah, também citou Meirelles em seu discurso. "Meirelles é meu amigo, você sabe disso, não é?", disse, provocando risadas.

    Nessa hora, o presidente do Senado, Eunício Oliveira, (PMDB-CE) fez gesto de mais ou menos com a mão.

    RECESSÃO

    O ministro da Fazenda, que falou após os empresários e sindicalistas, enfatizou que o Brasil enfrentou a pior recessão da história e reafirmou que, na avaliação da equipe econômica, o país estará crescendo a uma taxa de 3% no início de 2018.

    "Não devemos nos enganar, essa recessão tem causas profundas e as consequências que estamos enfrentando são sérias", afirmou.

    Meirelles disse ainda que o crescimento econômico já se dissemina por todos os setores. "Nossa previsão para o crescimento de 2017 ainda é uma média de 0,5%, mas com viés de alta", disse.

    "A sociedade ja tem evidências pontuais de que a economia está crescendo. Estamos fazendo um trabalho sério, profundo, para que no futuro o país passe a crescer a taxas mais elevadas do que seria a tendência hoje, ao redor de 4%", declarou.

    O ministro da Fazenda ainda destacou a importância de aprovação das reformas.

    "A mensagem é: vamos trabalhar, cada um cumprindo sua função, seu dever", disse Meirelles.

    Em resposta às críticas, o presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro, presdente ao evento, disse que o banco de investimento desembolsou nos últimos seis meses, descontando projetos em infraestrutura, 60% de sua carteira de crédito para micro, pequenas e médias empresas.

    Ele defendeu ainda a retomada de obras paralisadas e disse que é necessário separar as grandes empresas que cometeram irregularidades das que atuaram com padrões éticos. E que as últimas não podem ser afetadas por mal-feitos.

    "Aqui os senhores falaram e tiveram resposta. E a síntese de falar e ouvir significa diálogo", disse Temer.

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