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    Leste europeu é novo paraíso das montadoras de automóveis

    DA AFP

    14/09/2017 10h32

    Daniel Roland/AFP
    A Dacia Duster is presented at the Frankfurt Auto Show IAA in Frankfurt am Main, Germany, on September 13, 2017.According to organisers, around 1,000 exhibitors from 39 countries will showcase their products and services. This year's fair running from September 14 to 24, 2017 will focus on digitization, urban mobility and electric mobility. / AFP PHOTO / Daniel ROLAND
    Duster, fabricado pela Dacia em fábrica na Romênia, em exposição no Salão do Automóvel de Frankfurt

    Os países do leste europeu, onde muitas montadoras de automóveis têm suas fábricas instaladas, se tornaram um novo paraíso para o setor graças ao crescimento econômico que alimenta as vendas.

    "O que funciona melhor na Europa é o leste europeu", explica Laurent Petizon, especialista da consultora AlixPartners de Frankfurt, onde nesta semana ocorre o Salão do Automóvel.

    No primeiro trimestre de 2017 as vendas de carros aumentaram 14% em relação ao ano anterior nesta região do Velho Continente, a um total de 698 mil unidades, segundo a consultora Jato.

    A Polônia se tornou o sétimo mercado europeu em volume, com vendas no primeiro trimestre que superam os 15,5% por ano, mais do que a média europeia, com um total de 277 mil unidades.

    E em 2017 o leste europeu, que inclui os países que faziam parte da antiga União Soviética, deve alcançar um novo recorde de vendas: 1,3 milhão de veículos.

    O aumento corresponde a um crescimento de 10% por ano, um pouco menor do que os 16% do ano passado, aponta Ferdinand Dudenhöffer, do instituto especializado CAR, com sede em Duisburg, na Alemanha.

    No entanto, é um crescimento muito superior aos 3% das vendas nos países da Europa ocidental.

    "As razões deste aumento no leste são o crescimento econômico da região e o fato de que está relativamente pouco equipada de veículos de motor", indica o especialista. "Na Romênia e Bulgária ainda há muita margem", confirma Laurent Petizon.

    FÁBRICAS MELHORES, MENOS CUSTOS

    Junto com o aumento das vendas, muitas montadoras investiram em plantas e fábricas na área, aproveitando os custos de mão de obra, inferiores aos da Europa ocidental.

    O fabricante tcheco Skoda, do grupo Volkswagen, domina as vendas na região —17% do total—, mas compete com a marca Volkswagen (10%) e com os carros da japonesa Toyota.

    A Renault-Nissan também está presente com sua marca Dacia, fabricante do Duster, e a PSA aproveita o empurrão da Opel, que já fabrica carros na Hungria e Polônia.

    A Jaguar Land Rover também prevê abrir uma fábrica na Eslováquia no ano que vem graças a um investimento de mais de um € 1 bilhão.

    As marcas não europeias também começam a se situar no mercado do leste europeu, com a coreana Kia que, junto com a Hyundai, entrou com força na República Tcheca e Eslováquia.

    "Os mercados do leste europeu ainda não chegaram à maturidade como os do oeste. Como a maioria dos países não tem marcas próprias, seus consumidores têm curiosidade sobre o que chega", explica Michael Cole, responsável da Kia na Europa, "e isso nos permite tomar posições mais facilmente".

    A Kia já representa 6% das vendas de carros na região, segundo dados da companhia, graças, sobretudo, ao 4x4 Sportage.

    Esse tipo de carro, também conhecido como SUV, representou quase um terço das vendas entre janeiro e junho de 2017, um crescimento de 32%, muito superior aos 10% para outros modelos.

    Assim como em toda a Europa, as vendas de carros a diesel no leste caíram e representam 37% do mercado, diante dos 60% a gasolina.

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