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    Novo iPhone X marca disparada de preços de smartphones no mundo

    DA AFP

    14/09/2017 18h20

    Depois da Samsung, agora é a vez da Apple de lançar um celular com preço superior US$ 1.000, o iPhone X, um "supersmartphone" que se apoia tanto no rendimento tecnológico quanto no posicionamento da marca no setor de luxo.

    O lançamento acontece em meio a um contexto de alta dos preços de todas as categorias de smartphones. A consultoria GFK calculou que o preço médio dos aparelhos aumentou 7% no mundo no primeiro semestre deste ano.

    Com os preços do iPhone X podendo chegar a 1.400 euros (US$ 1.650 dólares), a Apple se colocou bem acima dos demais concorrentes —o preço médio de um smartphone novo, em escala global, é de 278 euros, segundo a GFK.

    Uma das justificativas para o valor pode ser a necessidade da Apple de "reafirmar sua posição no mercado de alta qualidade, diante da alta do conjunto do setor" e da redução de sua participação de mercado, afirmou o diretor de telecomunicações da Monitor Deloitte, Jean-Charles Ferreri.

    "O preço está na mesma linha que os outros telefones dessa faixa. O Samsung Galaxy Note 8 está na mesma situação", disse a diretora de pesquisa da Gartner, Roberta Cozza.

    "Mas a questão é saber se os consumidores vão achar que vale a pena", acrescentou.

    Para justificar o preço, defensores da Apple destacam a importância das pesquisas, e o iPhone X, com seu sistema de reconhecimento facial, inteligência artificial e integração da realidade aumentada, traria muitas inovações.

    O escritório BMI Research concorda. Em nota, considerou que mais do que os iPhones, o que terá "verdadeiro impacto" será o novo sistema operacional iOS11, "porque inclui a realidade aumentada."

    "Acreditamos que a realidade aumentada será o principal diferencial para a Apple", avalia.

    Será, no entanto, o bastante para justificar o aumento do preço? Não necessariamente, já que a versão 11 do iOS poderá ser baixada em todos os produtos compatíveis da marca.

    "Trata-se de uma alta de 40% para o modelo mais caro. Isso não pode estar relacionado com pesquisa e desenvolvimento. Há uma falta de correlação entre o preço e a chegada de novas funções", avalia Stéphane Dubreuil, presidente da Stallych Consulting.

    LUXO

    Especialistas também indicam que o iPhone X inclui componentes caros que podem se esgotar, como a tela Oled, o que pode levar a Apple a aceitar comprá-las por um valor alto, para evitar surpresas no futuro.

    "Há escassez de alguns componentes, de algumas matérias-primas que são sensíveis às mudanças geopolíticas. Então, os fabricantes tentam garantir que vão ter as peças necessárias", diz Dubreuil.

    É a aposta de um grupo que sempre assumiu a possibilidade de perder parte do mercado enquanto mantém, ou até aumenta, sua margem de lucro: a da Apple supera em 20 pontos a da maior parte de seus concorrentes.

    "A margem [de lucro] do mercado de celulares está muito concentrada na Apple, cuja margem é bem superior a 50%. É considerável", diz Ferreri.

    "Sempre vai ter gente disposta a dar um salário mínimo neste tipo de dispositivo. A Apple não é regida pelos códigos da tecnologia, mas pelos do luxo e da moda. Muitas pessoas têm uma fixação irracional por este objeto, que abriga toda a nossa vida", avalia Dubreuil.

    NO BRASIL

    Após o anúncio dos três novos modelos, a Apple baixou os preços das versões antigas do iPhone na sua loja brasileira. O iPhone 7, por exemplo, passou de R$ 3.500 para R$ 3.200. O preço do iPhone 7 Plus caiu de R$ 4.100 para R$ 3.800.

    Cortar preços de aparelhos antigos logo após anúncio de novos iPhones é uma tática comum da Apple.

    O iPhone 6S está sendo vendido por R$ 2.500, e o iPhone 6S Plus, por R$ 3.000. Mais em conta, o iPhone SE agora custa R$ 2.000.

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