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    Volks anuncia recall de 4,8 milhões de veículos na China por falha no airbag

    DO "FINANCIAL TIMES", EM PEQUIM

    14/09/2017 18h45

    How Hwee Young - 20.abr.2015/Efe
    CH01 SHANGHÁI (CHINA) 22/09/2015.- Fotografía de archivo fechada el 20 de abril de 2015 que muestra a un hombre frente al logotipo del fabricante alemán Volkswagen durante el Salón del Motor de Shanghái (China). Volkswagen reconoció ayer que trucó sus vehículos para eludir las normas medioambientales de Estados Unidos, con lo que se ha convertido en el último fabricante de automóviles investigado por Washington, que tiene al sector bajo lupa. El engaño provocó el desplome de la compañía en Bolsa. EFE/How Hwee Young
    Logo da Volkswagen é visto durante salão do automóvel de Shanghai, na China

    A Volkswagen fará o recall de 4,86 milhões de veículos vendidos na China devido a problemas com airbags, no mais recente revés para a montadora de automóveis alemã, que sofreu numerosos problemas de qualidade e distribuição no país asiático neste ano.

    A Volkswagen promoverá o recall de veículos equipados com airbags da fabricante japonesa de autopeças Takata, de acordo com uma notificação postada pelo serviço de fiscalização de produtos de consumo chinês. O recall se aplicará tanto a veículos importados quanto a veículos montados na China, vendidos a partir de 2005, e entrará em vigor em março de 2018.

    A Volkswagen vendeu quase quatro milhões de veículos na China no ano passado.

    O recall é o mais recente no caso dos airbags Takata, que já afetou dezenas de milhões de veículos em todo o mundo, de fabricantes como Honda, Toyota e outros.

    O escândalo —que deixou 17 mortes e centenas de feridos com a explosão de airbags em veículos— levou a fabricante japonesa do componente a decretar falência e gerou recalls mundiais que custaram mais de US$ 13 bilhões às montadoras até o momento.

    A Takata já tinha pago indenização de US$ 1 bilhão em um processo criminal vinculado ao caso, nos Estados Unidos, e muitas montadoras constituíram reservas para cobrir custos de recall e reparos, na suposição de que não conseguirão que a empresa japonesa lhes restitua esse dinheiro.

    A Volkswagen afirmou que a decisão de ordenar o recall dos veículos foi tomada em conjunto com as autoridades chinesas, depois que uma análise demonstrou a possibilidade de ruptura dos airbags quando acionados, ainda que não existam casos registrados de que isso tenha acontecido no país.

    PARCEIRAS

    A decisão da Volkswagen é mais uma na sucessão de recalls que maculou o histórico de uma das marcas de automóveis mais estabelecidas e há mais tempo em operação na China.

    Quando o país estava abrindo sua economia ao investimento estrangeiro, nos anos 1980, muitas montadoras demonstraram cautela quanto a investir em operações locais, para atender a um mercado que mal havia nascido.

    A Volkswagen foi uma exceção e se tornou uma das primeiras fabricantes estrangeiras de automóveis a formar uma joint venture na China, com a SAIC, uma estatal do setor, em 1985. A Volks fabrica e vende veículos na China por meio de joint ventures com a SAIC e a FAW, outra grande estatal do setor automotivo.

    Em junho, a empresa lançou uma joint venture para vender carros elétricos na China com a JAC, uma montadora chinesa sediada na província de Anhui.

    No começo do mês, Mathias Müller, presidente-executivo da Volkswagen, anunciou que sua empresa planejava vender 1,5 milhão de veículos elétricos na China até 2025, de acordo com o jornal de negócios japonês "Nikkei".

    RECALLS

    A empresa quer lançar seu primeiro modelo elétrico na China em 2020. No entanto, ela terá primeiro que resolver os problemas de qualidade e distribuição em suas operações chinesas.

    Algumas semanas antes do mais recente recall, a Volkswagen fechou um acordo com as autoridades chinesas para a convocação no país de 1,8 milhão de veículos fabricados por ela, devido a problemas em suas bombas de combustível.

    Em março, a Volkswagen promoveu o recall de mais 680 mil veículos vendidos na China por sua marca de luxo Audi, por problemas em seus sistemas de refrigeração.

    As vendas dos veículos Audi caíram neste ano na China devido, principalmente, a uma disputa sobre distribuição com os parceiros chineses da empresa, FAW e SAIC. A disputa foi resolvida em maio, mas prejudicou o desempenho da marca Audi no primeiro semestre de 2017, que viu queda de 12,2% nas suas vendas, ante o mesmo período em 2016.

    Especialistas disseram, porém, que quaisquer consequências negativas do novo recall seriam atribuídas principalmente à Takata.

    "A Takata provou ser uma fabricante deficiente, e portanto o recall não representa uma questão sistêmica para a Volkswagen", afirma Bill Russo, diretor executivo da consultoria Gao Feng Advisory e antigo presidente-executivo da Chrysler China.

    As vendas totais da Volkswagen se mantiveram firmes na China. O grupo vendeu 1,4 milhão de veículos no país durante o primeiro semestre de 2017, 5,4% acima de seu resultado no mesmo período do ano passado, em parte devido ao forte desempenho dos utilitários esportivos da marca no mercado chinês.

    "Embora o recall certamente seja muito visível, ele representa apenas uma lombada, e não um muro, para o avanço da Volkswagen", disse Russo.

    Tradução de PAULO MIGLIACCI

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