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    Retomada do emprego deixa de lado os mais jovens, aponta estudo

    GILMARA SANTOS
    DE SÃO PAULO

    14/09/2017 22h21

    Valdecir Galor/SMCS
    Jovens profissionais brasileiros continuam a valorizar acordos flexíveis de trabalho, diz pesquisa
    Exemplares da carteira de trabalho

    A retomada do emprego verificada nas últimas pesquisas está deixando de lado os mais jovens. Eles têm mais dificuldade em conseguir um emprego e mais chance de serem demitidas. É o que mostra estudo divulgado nesta quinta-feira (14) pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).

    De acordo com o levantamento, de abril a junho deste ano, apenas 25% dos desempregados com idade entre 18 e 24 anos foram recolocados no mercado, percentual bem abaixo na média geral da população, de 31,7%.

    Ao mesmo tempo, o percentual de jovens que estavam ocupados e foram dispensados chegou a 7,2% —e média da população foi de 3,4%.

    "Se, por um lado, vemos que mais pessoas estão conseguindo retornar ao mercado de trabalho, por outro, os mais jovens são os que menos conseguem emprego e são os primeiros a serem demitidos", diz uma das autoras da pesquisa, Maria Andréia Parente Lameiras, técnica de planejamento e pesquisa da Dimac (Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas) do Ipea.

    As análises são feitas com base nos microdados extraídos da Pnadc (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

    MAIS INSTRUÇÃO

    O estudo mostra ainda que pessoas com maior grau de instrução são as que mais conseguiram voltar ao mercado de trabalho. No segundo trimestre deste ano, 33% dos trabalhadores com nível superior que estavam desempregados retornaram ao contingente de ocupados.

    Além disso, pessoas com mais instrução são as que têm menor chance de ficarem desempregadas. Conforme o estudo, apenas 1,9% dos trabalhadores com ensino superior foram demitidos entre abril e junho. Por outro lado, as demissões atingiram 5,4% das pessoas com ensino médio incompleto no período.

    Reportagem publicada pela Folha no dia 27 de agosto mostrava que o recuo na taxa de desemprego —que saiu de 13,7% no primeiro trimestre para 13% no período seguinte— não foi observada pelos menos instruídos.

    No grupo de pessoas com ensino fundamental incompleto, a taxa de desemprego caiu de 12,6% para 12,2%. Entre os sem instrução, houve pequena baixa de 0,1 ponto, para 10,8%. Nos com fundamental completo, a queda foi de 0,2 ponto, para 15%.

    No outro extremo, a queda foi mais significativas. Entre quem tinha superior completo, a taxa de desemprego caiu de 7,1% para 6,4% (0,7 ponto).

    "Além de conseguirem emprego mais rápido e de se manterem mais no emprego, pessoas com mais instrução, com nível superior, têm o salário quatro vezes maior do que os demais", destaca Lameiras.

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