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    Bolsa atinge novo recorde e acumula 8 semanas de alta; dólar fecha estável

    DE SÃO PAULO

    15/09/2017 18h01

    O otimismo dos investidores com a economia brasileira fez a Bolsa atingir novo recorde nesta sexta (15), encostar em 76 mil pontos e embalar a oitava semana seguida de valorização. No mercado cambial, o dólar fechou estável, mas avançou na semana com o aumento das tensões geopolíticas no exterior.

    O Ibovespa, índice que reúne as ações mais negociadas, subiu 1,47%, para 75.756 pontos. É a primeira vez que o indicador fecha acima dos 75 mil pontos. Na máxima, atingiu 75.820 pontos, o maior nível histórico nas negociações diárias. O volume negociado foi de R$ 15,8 bilhões, em dia de vencimento de opções sobre ações –a média diária do ano é de R$ 8,17 bilhões.

    O dólar comercial fechou estável a R$ 3,116. O dólar à vista recuou 0,14%, para R$ 3,129. Na semana, a moeda se valorizou 0,7% e 1,32%, respectivamente.

    O mercado acionário brasileiro conseguiu sustentar a oitava semana de valorização, ao avançar 3,66%. Os investidores mantêm o foco na atividade econômica e nas perspectivas de crescimento do país, desconsiderando fatores políticos que respingam sobre algumas das maiores empresas do Brasil e também sobre o Planalto.

    A segunda denúncia da Procuradoria-Geral da República contra o presidente Michel Temer, por exemplo, não teve reflexo sobre o mercado acionário nesta sexta.

    "Há um descolamento da economia em relação à política. Então o otimismo dos investidores continuou, a ponto de os últimos acontecimentos não terem impactado o mercado financeiro", afirma Izak Benaderete, diretor de Investimentos da Porto Seguro Investimentos.

    Na avaliação dele, o terceiro trimestre do ano deve confirmar o crescimento da primeira metade de 2017. "Há um primeiro grande grande efeito que ainda nem está sendo plenamente sentido, que é a política monetária. Existe uma defasagem no repasse da política monetária, então o efeito das quedas de juros feitas no início do ano vai ser sentido a partir de agora na atividade econômica", afirma.

    O especialista estima que o impacto deve ser parecido com o do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) das contas inativas no segundo trimestre, que impulsionou o consumo das famílias.

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    A Bolsa brasileira também desconsiderou o aumento da aversão a risco no exterior após a Coreia do Norte disparar um novo míssil e também com a explosão do metrô em Londres. As ações europeias fecharam em baixa diante desse cenário turbulento, mas os principais índices americanos –Dow Jones e S&P 500– conseguiram renovar suas máximas.

    Apesar da máxima, a Bolsa ainda está bem distante do patamar de 20 de maio de 2008, segundo estudo da consultoria Economática. Pegando dados de fechamento de 13 de setembro, a empresa diz que o Ibovespa estava a 53,5% de sua pontuação máxima em dólares.

    Somente o índice da Colômbia tinha desempenho pior que o Ibovespa, de acordo com a consultoria.

    AÇÕES

    Das 59 ações do Ibovespa, 55 fecharam em alta, três caíram e uma terminou estável.

    As ações da JBS subiram 3,03%, no terceiro dia de avanço, com a expectativa de que a mudança no comando da empresa possa melhorar as perspectivas e a gestão da companhia.

    As ações da Petrobras fecharam em baixa, em dia indefinido para os preços de petróleo no exterior. O barril do WTI, dos EUA, teve leve queda, a US$ 49,88, e o barril do Brent, de Londres, avançou 0,14%, para US$ 55,55. Os papéis preferenciais da estatal brasileira ficaram estáveis em R$ 15,04. As ações ordinárias tiveram baixa de 0,45%, para R$ 15,58.

    A mineradora Vale conseguiu fechar em alta, apesar da queda de 2,51% dos preços do minério de ferro. O papel ordinário subiu 0,54%, para R$ 33,80. O preferencial fechou em alta de 3,49%, para R$ 32,06.

    No setor financeiro, as ações do Itaú Unibanco subiram 1,87%. As preferenciais do Bradesco se valorizaram 2,13%, e as ordinárias ganharam 2,86%. O Banco do Brasil subiu 1,46%, e as units –conjunto de ações– do Santander Brasil tiveram avanço de 2,13%.

    CÂMBIO

    Depois de sessões de incerteza, o Banco Central voltou a atuar no mercado de câmbio.

    A autoridade monetária vendeu os 12 mil contratos de swaps cambiais (equivalentes à venda de dólares no mercado futuro) com vencimento em outubro, no total de US$ 600 milhões. O lote soma US$ 9,975 bilhões.

    O dólar acabou refletindo o nervosismo com as tensões geopolíticas internacionais. Numa cesta de 31 moedas, o dólar ganhou força ante 20.

    O CDS (credit default swap) brasileiro, espécie de seguro contra calote do país, recuou 1,53%, para 179 pontos.

    No mercado de juros futuros, as taxas para janeiro de 2018 recuaram de 7,610% para 7,605%. A taxa para janeiro de 2019 caiu de 7,540% para 7,510%.

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