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    BNDES indica novos conselheiros para JBS

    RAQUEL LANDIM
    DE SÃO PAULO

    18/09/2017 16h53 - Atualizado às 22h54

    Danilo Verpa - 29.mar.2012/Folhapress
    Presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro
    Presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro

    Logo após a polêmica reunião que escolheu o novo diretor-executivo da JBS, o BNDES, sócio da empresa com 21% das ações, confirmou a troca de seus dois representantes no conselho de administração.

    A diretoria do banco aprovou nesta segunda-feira (18) os nomes de Cledorvino Belini, ex-presidente da Fiat, e Roberto Ticoulat, vice-presidente da Associação Comercial de São Paulo.

    Eles vão substituir Claudia Santos, advogada especializada em mercado de capitais, e Maurício Luchetti, sócio da Galicia Investimentos. Os dois foram indicados pela ex-presidente do BNDES, Maria Silvia Bastos.

    Ambos já haviam renunciado a seus cargos, por causa do desgaste provocado pelo conflito entre os sócios e pela prisão dos Batista. A cadeira de Luchetti estava vaga desde 30 de agosto.

    Santos apresentou sua carta de demissão no dia 8 de setembro, mas informou que, se necessário, permaneceria até 9 de outubro, para não deixar o BNDES sem representante no conselho.

    A conselheira, no entanto, acabou substituída com três semanas de antecedência. Ela, que vinha votando contra a família Batista por orientação do BNDES, aprovou a escolha de José Batista Sobrinho, fundador da JBS, para assumir o comando da empresa no lugar de Wesley Batista, preso desde quarta-feira (13). Procurada, Claudia Santos não retornou.

    O BNDES vinha defendendo a saída da família e a entrada de um executivo profissional. À Folha no domingo (17) o presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro, disse que a advogada votou de forma "autônoma", sem consultar o comando do banco, e que a reunião tinha ocorrido "na calada da noite".

    Ele afirmou ainda que verificaria quais as medidas jurídicas cabíveis no caso. A lei das sociedades anônimas garante a independência dos conselheiros que não precisam consultar os acionistas.

    Em nota divulgada nesta segunda-feira (18), o BNDES informou que "não questiona o mérito do voto da conselheira", mas critica as "circunstâncias" da reunião, que foi "convocada às pressas".

    O banco informa ainda que vai manter as disputas com a família Batista na arbitragem privada e na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

    Desde que estourou a delação dos irmãos Joesley e Wesley Batista, acusando o presidente Michel Temer de corrupção, o BNDES pressiona a JBS para abrir um processo contra os administradores por possíveis prejuízos provocados à companhia.

    Também por meio de nota, a JBS informou que a reunião do conselho foi convocada na quinta-feira (14) por e-mail e que participaram todos os membros. Dessa forma, havia o quórum necessário para a instalação do encontro e a votação do novo diretor-executivo.

    "O momento atual é de equilíbrio, de união, e de pensar no melhor interesse da JBS e dos seus acionistas", frisou a administração da companhia na nota.

    A expectativa, no entanto, é que os novos representantes do BNDES cheguem com fôlego renovado para a briga com os Batista. Belini e Ticoulat são da estrita confiança de Rabello de Castro e devem trabalhar alinhados com o comando do BNDES.

    Belini foi escolhido por sua experiência internacional, mas pesam contra ele as acusações de que a Fiat teria pago propina durante sua gestão para obter medidas provisórias. Já Ticoulat é um técnico conhecido por sua experiência no agronegócio e no comércio exterior.

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