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    Desembolsos do BNDES caem 32% em agosto puxados pelo Sudeste

    NICOLA PAMPLONA
    DO RIO

    19/09/2017 17h46

    Armando Paiva/Agif/Folhapress
    Cerimônia de posse do novo presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro, nesta quinta-feira (1º) de junho, na sede do BNDES
    Paulo Rabello de Castro, presidente do BNDES, na sede do banco no Rio de Janeiro

    O BNDES liberou R$ 4,7 bilhões em empréstimos durante o mês de agosto, uma queda de 32% com relação ao mesmo mês do ano anterior. No acumulado do ano, os desembolsos foram de R$ 45 bilhões, queda de 19%.

    De acordo com o banco, o desempenho ainda reflete "um cenário econômico mais crítico", com destaque para a região Sudeste, onde os desembolsos tiveram queda de 36%.

    As aprovações de novos financiamentos, que constituem indicador de novos investimentos, acumulam queda de 15% em 2017, em comparação com o mesmo período do ano anterior, para R$ 45 bilhões.

    O banco vê, porém, recuperação em alguns segmentos da economia. As aprovações no setor de infraestrutura subiram 27% no ano, para R$ 17,6 bilhões.

    Já as aprovações no segmento de energia chegaram a R$ 10,6 bilhões, ou 154% a mais do que o registrado no mesmo período do ano anterior.

    O segmento vem sendo beneficiado pela construção de parques eólicos no Nordeste —as aprovações de novos financiamentos para a região tiveram alta de 107% nos primeiros oito meses do ano.

    "As estatísticas operacionais do BNDES seguem refletindo a situação econômica do país de baixa demanda por crédito para investimentos, mas em linha com indicativos de recuperação", afirmou o banco, em nota distribuída nesta terça (19).

    O BNDES destacou que as aprovações da Finame, programa de financiamento a máquinas e equipamentos, cresceram 28% no ano, chegando a R$ 14,6 bilhões. Já os desembolsos para esta linha tiveram alta de 13%, para R$ 12,8 bilhões.

    DEVOLUÇÃO

    O BNDES trava uma queda de braço com o Tesouro em torno da devolução de R$ 180 bilhões emprestados ao banco entre 2010 e 2014 e usa a possibilidade de crescimento da economia como argumento para reter parte dos recursos.

    O governo quer receber R$ 50 bilhões este ano e definir um calendário para o pagamento dos R$ 130 bilhões restantes.

    Em entrevista na semana passada, o presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro, defendeu que a proposta do governo "não é a solução mais inteligente" e disse que negociava uma contraproposta.

    "A principal preocupação é preservar a saúde financeira do banco e sua capacidade para financiar", afirmou.

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