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    Brasil cria 35,5 mil vagas de trabalho formal em agosto, diz governo

    LAÍS ALEGRETTI
    DE BRASÍLIA

    21/09/2017 16h45 - Atualizado às 21h34

    Rafael Neddermeyer/Fotos Públicas
    Brasil criou 35,5 mil vagas de trabalho formal em agosto

    O Ministério do Trabalho divulgou nesta quinta-feira (21) que o Brasil criou 35,5 mil vagas de trabalho com carteira assinada em agosto.

    Foi o quinto mês seguido de resultado positivo no trabalho formal, segundo as estatísticas oficiais. Em julho, o governo informou que foram gerados 35,9 mil postos de trabalho.

    O saldo de agosto é o maior para o mês desde 2014, quando o saldo foi uma criação de 101,4 mil postos de trabalho. Em 2015 e 2016, ocorreram mais demissões do que contratações em agosto.

    SALDO DO EMPREGO FORMAL - Com ajuste, em milhares de vagas

    No acumulado de janeiro a agosto, o saldo está positivo, com a criação de 163,4 mil vagas de emprego. No mesmo período do ano passado, as demissões superavam as contratações em 651,2 mil.

    AVE MARIA

    O governo comemorou que, pela primeira vez no ano, todas as regiões apresentaram um saldo positivo em agosto. Ao considerar todos os Estados, contudo, oito demitiram mais do que contrataram.

    Apesar do saldo positivo no acumulado até agosto, o coordenador-geral de estatísticas do Ministério do Trabalho, Mário Magalhães, disse que ainda não é possível afirmar que o resultado do ano não será negativo.

    "Quem tiver uma vela pode acender, quem tiver Ave Maria pode rezar", disse, ao ser questionado sobre a previsão para o fim do ano.

    Na avaliação do professor USP Hélio Zylberztajn, agosto manteve a tendência dos últimos meses. "Ainda não é crescimento, é estabilidade no nível de emprego formal."

    Zylberztajn prevê que o resultado ao fim do ano será negativo. Para ele, o saldo deve subir até novembro, mas o alto número de demissões que costuma ocorrer em dezembro deve derrubar o resultado para o negativo.

    A boa notícia, de acordo com ele, é que o saldo será bem menos negativo que o de 2016, quando superou 1 milhão de vagas fechadas.

    Apesar do resultado positivo até agosto, o saldo dos últimos 12 meses é negativo em 544,6 mil vagas.

    O economista do Ibre (Instituto Brasileiro de Economia) Bruno Ottoni também prevê um resultado no vermelho, com saldo negativo menor que 500 mil. "A recuperação do mercado formal de trabalho está sendo lenta e gradual, assim como a da atividade."

    Magalhães lembrou que o mês de dezembro registra fortes resultados negativos, com uma queda de mais de 200 mil vagas, segundo ele. Em anos de crise, já superou os 500 mil. O principal motivo são as demissões que ocorrem depois das contratações que são feitas no segundo semestre para alimentar o aumento da atividade no fim do ano.

    "Esse dezembro é uma caixinha de surpresas", afirmou o representante do Ministério do Trabalho.

    Por outro lado, o governo lembra que os picos das contratações costuma ocorrer em setembro ou outubro, quando as indústrias ainda estão produzindo para as vendas de fim de ano e os setores de serviço e comércio contratam mais trabalhadores para se preparar para esse período.

    "Vamos torcer para que a subida [em setembro ou outubro] possa compensar a sazonalidade [negativa em dezembro]."

    SETORES

    O setor de serviços foi responsável pela criação de 23,3 mil postos de trabalho em agosto, o maior volume entre as diferentes áreas. O crescimento foi de 0,14% ante agosto do ano passado.

    A indústria de transformação garantiu 12,9 mil novos postos de trabalho no mês passado. Apesar de não ter sido o maior resultado entre os setores, teve a maior variação percentual, com um crescimento de 0,18% em relação a agosto de ano passado.

    "É um dado significativo em relação à expansão do crescimento emprego. Antes, veio mais agricultura, serviços, comércio. Agora está vindo a industria de transformação, atendendo já à demanda de fim de ano", afirmou Magalhães.

    O comércio registrou um saldo positivo de 10,7 mil vagas e a construção civil, de 1 mil.

    A agropecuária, por outro lado, encerrou 12,4 mil postos de trabalho, o que representa uma redução de 0,75% em relação a agosto do ano passado. Em 12 meses, contudo, é o único setor que registra um aumento em relação ao período anterior, com 1%.

    Apesar de o Ministério do Trabalho ter informado previamente que o ministro Ronaldo Nogueira concederia entrevista à imprensa, quem falou com os jornalistas foi Magalhães. De acordo com a pasta, Nogueira teve uma reunião com a Fiesp em São Paulo e não retornou a Brasília a tempo.

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