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    Brasil para de cair e ganha posição em ranking de competitividade global

    DE SÃO PAULO

    26/09/2017 20h41

    O Brasil conseguiu interromper a série de quedas registradas desde 2013 e subiu uma posição no ranking que avalia a competitividade de 137 países elaborado pelo Fórum Econômico Mundial em parceria com a Fundação Dom Cabral.

    Os dados foram divulgados nesta terça (26) e mostram que o país agora ocupa a 80ª colocação entre as nações avaliadas, após atingir, no ano passado, sua pior posição na lista. Na América Latina, o Brasil só tem desempenho melhor que Guatemala, Argentina, Equador, Paraguai e Venezuela. O Chile continua liderando o ranking regional.

    A melhora brasileira ocorreu em aspectos como combate à corrupção e pelo aumento da liberdade do judiciário, segundo o Relatório Global de Competitividade 2017-2018.

    Mais competitivo - Brasil melhora uma posição em ranking

    O país evoluiu em 10 dos 12 itens avaliados no relatório. O maior avanço ocorreu no grupo de requerimentos básicos a competitividade, em que o Brasil subiu 11 posições no indicador instituições. No grupo inovação e sofisticação, o Brasil ganhou 15 posições em inovação.

    Em nota, a Fundação Dom Cabral indica que o avanço das reformas e a melhora no arcabouço regulatório ajudaram o Brasil a ter um ambiente mais favorável à inovação, o que é condição para a retomada do crescimento econômico e do desenvolvimento social.

    A reforma trabalhista aprovada em julho fez o país ganhar três colocações em eficiência do mercado de trabalho, principalmente nos itens que se referem à cooperação nas relações com o empregador do trabalho (em que o país subiu 12 posições) e à profissionalização da gestão (+11 posições).

    A melhora da economia é citada pela queda da inflação, que fez o país subir sete posições no ranking mundial, embora o país ainda ocupe a 119ª colocação no tema.

    O desequilíbrio das contas públicas, que fez o governo anunciar a revisão da meta fiscal em agosto, é mencionado como fator de preocupação. Nesse quesito, o Brasil fica em 125º lugar.

    competitividade na américa latina - Brasil ganha uma posição, mas ainda está entre os piores da lista

    A pesquisa aponta outros desafios. O maior deles ainda é o sistema tributário brasileiro, seguido pela corrupção e ineficiência da burocracia estatal. Em infraestrutura, o Brasil perdeu uma posição. "Com a forte crise econômica e elevada limitação do investimento público, tal pilar foi comprometido pela impossibilidade de tomar ações a impactar a infraestrutura nacional", afirma o relatório.

    Nesse item, o Brasil ainda permanece em uma das últimas posições do ranking, no 108º lugar.

    Segundo o relatório, há oportunidades que podem ser exploradas no país. Uma delas diz respeito à reforma trabalhista, com a flexibilização das leis simplificando as relações de trabalho e desafogando o judiciário, segundo o relatório.

    "Com a ampliação das possibilidades de negociação e a flexibilizações de questões como jornada e tempo de trabalho, espera-se que a produtividade deva aumentar, assim como os salários no médio prazo", indica.

    As parcerias público-privadas são vistas como outro espaço a ser explorado. "Mecanismos como privatizações e licitações podem permitir a redução de custos por parte do governo, desafogamento da máquina pública e incentivo para a entrada de novos players na oferta de atividades e funções até então exclusivas do Estado", afirma o relatório.

    O ranking é encabeçado pela Suíça, que ocupa a posição há oito anos. Em seguida vêm Estados Unidos, Cingapura, Holanda e Alemanha.

    Editoria de Arte/Folhapress
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