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    Funcef vai vender participação na Eldorado para Paper Excellence

    RAQUEL LANDIM
    DE SÃO PAULO

    04/10/2017 16h42

    Divulgação/Eldorado Brasil
    Drone da Eldorado Brasil sobrevoa uma plantação de eucaliptos em Três Lagoas (MS)
    Drone da Eldorado Brasil sobrevoa uma plantação de eucaliptos em Três Lagoas (MS)

    A Funcef, fundo de pensão dos funcionários da Caixa Econômica Federal, vai vender sua participação na Eldorado para a Paper Excellence, que pertence a família indonésia Widijaja.

    O fundo decidiu exercer o direito de "tag along" e acompanhar a J&F, holding dos irmãos Joesley e Wesley Batista, que já vendeu 13% da empresa para os Widijaja.

    Segundo pessoas próximas às tratativas, o Petros, fundo de pensão dos funcionários da Petrobras, pediu extensão do prazo, mas deve tomar sua decisão ainda neste mês. A tendência é também vender sua participação.

    Os detalhes da saída da Funcef da Eldorado serão discutidos nos próximos 30 dias, mas, pela proposta feita pela Paper Excellence, a fatia do fundo equivaleria a cerca R$ 670 milhões. A Funcef possui 8,5% da Eldorado, mesmo porcentual da Petros.

    Conforme pessoas próximas aos fundos, o valor oferecido pela Paper Excellence é igual a meta atuarial estabelecida pela Funcef por seu investimento na Eldorado, o que permite à fundação selar o negócio sem prejuízo para os pensionistas.

    O investimento inicial de Petros e Funcef no negócio foi de R$ 272 milhões cada, aportados em 2009 e 2010 por meio do FIP Florestal, fundo criado para investir na plantação de eucalipto. Joesley Batista confessou em delação premiada que pagou propina a ex-dirigentes das fundações para apostar no negócio.

    Com a criação da Eldorado, a implantação da fábrica de celulose e a perspectiva de uma nova unidade, a fatia de cada fundo chegou a ser avaliada em quase R$ 1,6 bilhão. O valor teve que se revisto para menos de R$ 400 milhões depois que a Polícia Federal passou a investigar os Batista. A revisão agravou o déficit do balanço dos fundos.

    Também pesou na decisão da Funcef de sair da Eldorado o desconhecimento sobre as operações da Paper Excellence, que acaba de chegar ao Brasil. Nos anos 2000, a família Widijaja teve que reestruturar dívidas com alguns bancos por conta da crise asiática. A direção da fundação não se sentiu confortável em permanecer como minoritária.

    Na briga pela Eldorado, a Paper Excellence superou outros concorrentes com uma oferta de R$ 15 bilhões pela empresa, incluindo uma dúvida de R$ 7,5 bilhões. O negócio, no entanto, só será concluído em 12 meses.

    Nessa primeira fase, a companhia vai comprar 34% da Eldorado: 17% da J&F e 17% dos fundos (caso a Petros também decida vender). Depois disso, os Widijaja vão tentar levantar capital para comprar o restante da Eldorado e, se for necessário, pagar antecipadamente as dívidas com o BNDES e o FI-FGTS. A troca de comando permite aos bancos acelerarem o vencimento dos débitos.

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