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    Sabesp planeja instalar mini-hidrelétricas em canos de água

    NATÁLIA PORTINARI
    DE SÃO PAULO

    06/10/2017 02h00

    Paulo Pinto/CBJ
    A judoca Stefannie Arissa Koyama, que disputará o Mundial de Budapeste pela seleção brasileira
    Reservatório de Barueri, onde a Sabesp prepara 'piloto' de mini-hidrelétrica

    A Sabesp quer aproveitar a pressão hidráulica dos canos de água para reduzir seus gastos com energia elétrica na região metropolitana de São Paulo, que chegam a R$ 500 milhões por ano.

    O plano é instalar "mini-hidrelétricas" em 200 pontos do sistema de saneamento da cidade. A energia será transmitida para a Eletropaulo, em troca de abatimento de 3,2% dos gastos da Sabesp (R$ 16 milhões). A distribuidora já está de acordo com a ideia.

    A empresa procura um investidor do mercado de energia para patrocinar as obras. "O negócio da Sabesp não é energia, é claro, então estamos estudando uma sociedade com alguma empresa do setor", diz o superintendente Aurélio Fiorindo, responsável pelo projeto.

    Enquanto isso, a empresa está montando um "piloto" em Barueri, na Grande São Paulo, que deve começar a funcionar no início de 2018.

    A fornecedora do equipamento, de custo aproximado de R$ 200 mil, é a alemã KSB, que já participou de projetos de mini-hidrelétricas no sistema de saneamento na Europa. Há dois anos, foi instalado um sistema parecido nos canos de Portland (EUA).

    No Brasil, a ideia é inédita e se torna possível porque a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) editou, em 2015, uma resolução permitindo instalar sistemas pequenos de geração de energia sem necessidade de assinar contratos com o órgão.

    Somente em Barueri, a Sabesp estima economizar R$ 300 mil por ano, o suficiente para suprir o consumo de 450 casas com três moradores.

    COMO FUNCIONA

    É possível gerar energia a partir dos canos porque, ao entrar em reservatórios ou estações de tratamento, muitas vezes a água chega com mais pressão do que o necessário.

    "O sistema leva a água até o ponto mais alto do relevo. Na maioria dos pontos mais baixos, há energia [hidráulica] excedente", diz Fiorindo.

    Essa pressão de água será transformada em eletricidade com turbinas, com a mesma tecnologia de uma hidrelétrica comum, mas em pequena escala. Com os 200 pontos construídos, devem ser gerados 28 mil MWh anuais, segundo a empresa.

    A Aneel permite "microgeração" de energia de até 75 kW, desde que seja de fonte renovável ou sustentável, e introduz regras para a compensação de energia elétrica.

    Em acordo com a distribuidora, qualquer consumidor pode participar de uma compensação, e o crédito deve ser utilizado em até 60 meses.

    A Sabesp gasta energia principalmente com estações de tratamento e para bombear água dos reservatórios para casas e estabelecimentos.

    Editoria de Arte/Folhapress
    TURBINANDO O SISTEMA
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