• Mercado

    Saturday, 04-May-2024 08:07:00 -03

    Weinstein é mais um poderoso nos EUA que perde o cargo após acusações

    DE SÃO PAULO

    10/10/2017 02h00

    Remy de la Mauviniere/Associated Press
    O produtor cinematográfico Harvey Weinstein
    O produtor cinematográfico Harvey Weinstein

    O produtor Harvey Weinstein, 55, é o mais recente nome na lista de homens poderosos derrubados por acusações de assédio sexual.

    No domingo (8), ele foi demitido da própria empresa, a The Weinstein Company, após o jornal "The New York Times" revelar uma série de acusações de mulheres contra o produtor ao longo dos últimos 30 anos.

    Weinstein tem um Oscar por "Shakespeare Apaixonado" (1998), além de ter produzido longas premiados como "Pulp Fiction" (1994) e "Gangues de Nova York" (2002).

    Valendo-se de sua posição proeminente na indústria cinematográfica, Weinstein convidaria mulheres para reuniões de negócios em hotéis. Chegando lá, porém, elas seriam orientadas a encontrá-lo no quarto, onde o produtor pediria favores sexuais.

    Esse teria sido o caso da atriz Ashley Judd. Segundo ela, Weinstein –vestindo apenas um roupão– pediu para fazer uma massagem nela. Diante da negativa, ele pediu que ela o assistisse tomar banho. O episódio teria ocorrido em 1997, enquanto a atriz filmava "Beijos que Matam".

    Outras atrizes e funcionárias da The Weinstein Company ouvidas pelo "The New York Times" fazem alegações semelhantes. Há pelo menos oito acordos para evitar uma ação na Justiça.

    Para evitar os avanços do chefe, as funcionárias da The Weinstein Company passaram a acompanhar umas as outras nas reuniões com o produtor. Uma delas enviou um memorando para os executivos da empresa denunciando o comportamento do produtor e afirmando que o ambiente do negócio era "tóxico" para mulheres.

    As denúncias contrastam com a imagem pública de Weinstein, que se coloca como um liberal progressista. O produtor é conhecido por financiar campanhas democratas, inclusive a de Hillary Clinton no ano passado, e chegou a empregar a filha mais velha de Barack Obama como estagiária.

    MAIS UM

    O caso de Weinstein se assemelha aos do ex-apresentador e comentarista da Fox News Bill O'Reilly, do ex-presidente da Fox News Roger Ailes, e do ex-presidente da Uber, Travis Kalanick: todos transformados recentemente em "ex" após acusações de assédio sexual ou de conivência com ele virem a público.

    "Alguns desses executivos contestam as acusações, mas as declarações têm duas coisas em comum", escreveu a editora de Empresas do "Financial Times", Brooke Masters, em sua coluna.

    "Homens com muito poder corporativo assediaram repetidamente mulheres que estavam em uma posição frágil para revidar porque precisaram de emprego ou financiamento. E executivos que sabiam das alegações e fizeram nada ou pouco sobre o problema", afirma Masters.

    Edição impressa

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024