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    CVM investiga 40 por irregularidades contábeis na Petrobras

    NICOLA PAMPLONA
    DO RIO

    11/10/2017 14h47 - Atualizado às 15h41

    A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) investiga 40 pessoas por irregularidades contábeis na Petrobras. Na lista, estão três ex-presidentes da companhia, parte da diretoria atual e ex-conselheiros ligados aos governos Lula e Dilma.

    As investigações apuram irregularidades nos procedimentos de baixa do valor contábil de ativos, conhecidos como impairments, na antiga área de Abastecimento da companhia, hoje chamada de Refino e Gás.

    A informação foi antecipada pelo jornal "O Estado de S. Paulo" e confirmada pela Folha nesta quarta-feira (11). O processo está em fase de espera da defesa dos investigados.

    A CVM cita, como objeto do processo, "infrações às normas contábeis aplicáveis, em vista de irregularidades e inconsistências" nos testes de impairment da área de abastecimento, notadamente para os projetos da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, e do Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro).

    Aberto no dia 14 de junho, o processo analisa os balanços divulgados pela Petrobras entre os anos de 2010 e 2014.

    Em 2014, após a descoberta do esquema de corrupção na estatal pela Operação Lava Jato, a Petrobras reduziu o valor e seus ativos em R$ 44,3 bilhões, diante da revisão de perspectivas de ganhos com alguns dos projetos investigados e da queda do preço do petróleo.

    Entre os citados pela CVM, estão os ex-presidentes José Sérgio Gabrielli, Graça Foster e Aldemir Bendine, além de executivos que compuseram a diretoria nas três gestões e ex-conselheiros, como o ex-presidente do BNDES, Luciano Coutinho e a ex-ministra-chefe do Planejamento Mirian Belchior.

    A lista inclui os atuais diretores Solange Guedes (Exploração e Produção), Jorge Celestino (Refino e Gás), Hugo Repsold (Assuntos Corporativos), Ivan Monteiro (Financeiro) e Roberto Moro (Desenvolvimento da Produção e Tecnologia).

    Os administradores são investigados por descumprimento do chamado "dever de diligência", que determina que zelem pela saúde financeira da companhia. Procurada, a Petrobras ainda não se manifestou sobre o assunto.

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