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    Venda de distribuidoras da Eletrobras deve ampliar caixa em R$ 1,1 bi ao ano

    TAÍS HIRATA
    DE SÃO PAULO

    18/10/2017 10h26 - Atualizado às 14h59

    Edson Silva/Folhapress
    Venda de distribuidoras da Eletrobras deve ampliar caixa em R$ 1,1 bi ao ano
    Venda de distribuidoras da Eletrobras deve ampliar caixa em R$ 1,1 bi ao ano

    Com a venda das seis distribuidoras hoje controladas pela Eletrobras, a empresa prevê ampliar o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) em R$ 1,1 bilhão por ano, afirmou o presidente, Wilson Ferreira Júnior. A modelagem da venda das empresas deverá sair nos próximos dias, segundo ele.

    A venda das empresas deverá ocorrer entre fevereiro e março, e vai preceder o processo de privatização da companhia, cuja intenção é diluir a participação da União –que hoje detém, diretamente e via BNDES, 60% da empresa.

    "A ideia é democratizar o capital da Eletrobras", afirmou o executivo.

    As seis distribuidoras que deverão ser vendidas são a Amazonas Distribuidora de Energia, a Boa Vista Energia, a Companhia de Eletricidade do Acre, a Companhia Energética de Alagoas, a Companhia de Energia do Piauí e as Centrais Elétricas de Rondônia.

    O cálculo de quando deverá se arrecadar com o processo ainda não foi definido.

    Além disso, há a previsão de reduzir o número de SPEs (sociedades formadas para executar determinados empreendimentos) de 178 para 48. Parte delas serão vendidas, e as demais serão fechadas ou incorporadoras à controladora.

    A companhia também deverá chegar a um grau de endividamento mais próximo do adequado até o fim deste ano, segundo Ferreira Júnior.

    Em 2016, a empresa atingiu um patamar de 8,8 de alavancagem (endividamento da empresa dividida pela sua geração de caixa). Hoje, o nível já caiu para 4,7, e deverá chegar a 3,3 até o fim de 2017.

    "Empresas de infraestrutura são tipicamente alavancadas. Considera-se que o nível ideal para esse setor gira entre 2,5 e 3 vezes de alavancagem. Com a venda das distribuidoras e SPEs, nosso patamar estará abaixo de 3."

    Há uma disputa entre Fazenda e Ministério de Minas e Energia sobre o que fazer com um terço de todo o valor arrecadado no processo: enquanto MME pede que o valor seja aportado na Eletrobras, a Fazenda avalia que deixar os recursos com a empresa, de capital misto, seria o mesmo que fazer uma doação aos acionistas privados.

    Em relação ao tema, Ferreira Jr diz que não poderia participar desse debate, por estar envolvido.

    DESCONTROLADAS DA ELETROBRAS

    O executivo, que falou a uma plateia de empresários em um evento da ADVB (Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil), em São Paulo, expôs as medidas que sua gestão têm tomado para reestruturar a empresa.

    O corte de despesas com pessoal foi um dos pontos destacados. A economia seria de R$ 880 milhões por ano com o programa de aposentadoria, feito no mês passado, e de R$ 780 milhões com o programa de demissão voluntária previsto pela empresa.

    Os custos totais da empresa com pessoal e atividades deverá cair de R$ 10,23 bilhões para R$ 6,11 bilhões.

    Entre os motivos apresentados para a situação difícil da empresa, o presidente apontou a renovação de concessões de usinas a tarifas mais baixas, em 2012, o que derrubou em 20% a receita no ano.

    Além disso, mencionou o endividamento da empresa, os problemas de governança e conformidade e o baixo grau de eficiência, com taxas baixas de retorno e falta de coordenação entre holding e empresas controladas.

    "A Eletrobras é conhecida por suas descontroladas. Elas têm seus próprios planos, não há alinhamento estratégico."

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