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    País cria 34,4 mil vagas com carteira assinada em setembro

    LAÍS ALEGRETTI
    DE BRASÍLIA

    19/10/2017 16h41

    Karime Xavier - 18.jan.2017/Folhapress
    SÃO PAULO / SÃO PAULO / BRASIL -18 /01/17 -10 :00h - EMPREGO PRECÁRIO - JAÍLSON SANTOS FERREIRA, 40, EX AUXILIAR GRÁFICO QUER CARTEIRA ASSINADA PARA TER BENEFÍCIOS.Levantamento feito pela Folha mostra que as vagas que estão surgindo são voltadas prioritariamente para jovens (até 24 anos) e os salários oferecidos são mais baixos do que os oferecidos há um ano atrás. LOCAL : CAT Luz. ( Foto: Karime Xavier / Folhapress). ***EXCLUSIVO***MERCADO
    Desemprego cai pelo sexto mês seguido

    O Brasil criou 34,4 mil vagas de empregos formais em setembro, de acordo com dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) divulgados nesta quinta-feira (19) pelo Ministério do Trabalho.

    O resultado é o sexto aumento consecutivo neste ano, segundo o governo, e o melhor resultado para o mês desde 2014, quando as contratações superaram as demissões em 123,8 mil vagas. Em 2015 e 2016, o país demitiu mais do que contratou trabalhadores formais em setembro.

    Mesmo com os últimos saldos positivos, o resultado acumulado em 12 meses está negativo em 466,6 mil postos de trabalho.

    No acumulado de janeiro a setembro deste ano, foram criadas 208,9 mil novas vagas de trabalho. O resultado do período também é o melhor desde 2014, quando foram criados mais de 900 mil postos de trabalho formal.

    O coordenador-geral de estatística do Ministério do Trabalho, Mário Magalhães, afirmou que há uma "tendência maior" de geração de emprego nos próximos meses, mas evitou fazer projeções para o resultado do ano.

    "O mercado de trabalho é uma caixinha de surpresas", disse.

    Saldo do emprego formal - Brasil cria 34,4 mil vagas com carteira assinada em setembro

    Magalhães também afirmou que ninguém sabe como a reforma trabalhista, prevista para entrar em vigor sem novembro, pode afetar o resultado do Caged.

    "Do ponto de vista técnico, ninguém consegue fazer estimativa neste sentido", disse.

    INDÚSTRIA

    A indústria de transformação foi a principal responsável pela geração de empregos em setembro: foram 25,7 mil novos postos de trabalho. Em seguida, a parece o comércio, com 15 mil novas contratações.

    "O grande destaque foi indústria e comércio, que é tipico desse período do ano. Você tem a indústria demandada devido ao fim do ano e o comércio contratando pelo aquecimento da demanda" afirmou Magalhães.

    O setor de serviços abriu 3,7 mil novos empregos e a construção civil, 380.

    Os demais setores demitiram mais do que contrataram. A agropecuária, com o fechamento de 8,4 mil postos de trabalho, foi a que registrou o pior saldo.

    Magalhães atribuiu o resultado negativo da agropecuária ao fim da colheita do café em Minas Gerais e disse que o comportamento é sazonal.

    "Isso não quer dizer que a agricultura está ficando menos dinâmica. Terminando ciclo do Sudeste, começa o ciclo no Nordeste", disse.

    REGIÕES

    O Nordeste liderou as contratações em setembro, com 29,6 mil novas vagas. Depois, parecem o Sul, com 10,5 mil novos postos, e o Norte, com saldo positivo de 5,3 mil.

    "O Nordeste contribuiu decisivamente para o saldo positivo e isso tem a ver com agricultura e indústria", disse Magalhães. "É um dado a ser bastante comemorado, porque Nordeste vinha patinando e agora liderou a geração de empregos."

    O Ministério do Trabalho comemorou o resultado porque os resultados da região não vinham acompanhando a recuperação, ainda que lenta, de outros locais. No acumulado do ano, é a única região com saldo negativo (30,3 mil demissões).

    O Sudeste e o Centro-Oeste foram, em setembro, as duas regiões que demitiram mais do que contrataram no mês passado, com saldos negativos de 8,9 mil e 2,1 mil, respectivamente.

    Em agosto, o governo havia comemorado que, pela primeira vez no ano, todas as regiões tinham apresentado um saldo positivo em agosto.

    O salário mensal de admissão em setembro (R$ 1.478,52) caiu 0,8% em relação ao registrado em agosto (R$ 1.490,95).

    RAIS

    O Ministério do Trabalho também divulgou nesta quinta-feira os dados da Rais (Relação Anual de Informações Sociais) de 2016, que aponta que o país fechou 2 milhões de vagas em 2016. Esse é o pior saldo da série histórica da Rais, que existe desde 1976.

    Os dados apontam que o Brasil encerrou o ano passado com 46,1 milhões de empregos formais e 8,2 milhões de empresas. No ano anterior, o estoque de empregos era de 48,1 milhões. A remuneração média do brasileiro em 2016 ficou em R$ 2.852,62.

    Os dados da Rais são mais abrangentes que os do Caged, inclusive porque consideram também os funcionários públicos.

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