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    Novo cálculo na conta de luz evitaria disparada de preço em ano eleitoral

    TAÍS HIRATA
    ANAÏS FERNANDES
    DE SÃO PAULO

    24/10/2017 02h00

    Tarso Sarraf - 20.dez.2012/Folhapress
    Luz energia eletrica - TUCURUI, PA, BRASIL, 20-12-2012, : Vista linha de transmissao de energia eletrica Tucurui, Linhao do Tucurui dara reforco de energia eletrica a Manaus para a Copa do Mundo 2014 que sai da Usina Hidreletrica de Tucurui e uma central hidroeletrica no Rio Tocantins, no municipio de Tucurui (a cerca de 400 km ao sul de Belém), no estado do Para (Foto: Tarso Sarraf/Folhapress, ESPECIAL) ***EXCLUSIVO FOLHA****
    Linha de transmissão em Tucuruí, no Pará

    A mudança de cálculo da bandeira tarifária na conta de luz, que poderá ocorrer em novembro, aliviaria o caixa das distribuidoras de energia e evitaria que as empresas façam reajustes altos das tarifas em 2018, ano eleitoral.

    A bandeira serve para repassar ao consumidor os custos extras das distribuidoras ao longo do ano. É o que ocorre quando falta água: as empresas contratam energia mais cara para compensar o nível baixo das hidrelétricas, e as bandeiras amarelas e vermelhas são acionadas.

    Essas altas, porém, não têm sido suficientes para cobrir as despesas das distribuidoras. O rombo previsto até o fim de 2017 é de R$ 6 bilhões.

    "Esse deficit ultrapassa em 50% a capacidade de geração de caixa das distribuidoras. Se o cálculo não for reavaliado em novembro, há o risco de não conseguirem honrar seus compromissos", diz Nelson Leite, presidente da Abradee (associação do setor).

    Em tese, esse rombo seria coberto com o reajuste anual da tarifa, mas, como boa parte deles ocorrerá a partir de abril, há um temor de que as empresas não tenham caixa para suportá-lo, diz.

    A ideia da Aneel (agência reguladora do setor) é incluir no cálculo da bandeira o nível dos reservatórios, que hoje não é considerado.

    A mudança, que implicaria em uma tarifa maior, funcionaria como um parcelamento do reajuste: com altas menores a cada mês, o aumento em 2018 não seria tão drástico.

    "A alta será amenizada, mas vai ocorrer de qualquer jeito. A diferença é que em vez de 35%, por exemplo, será 15%", diz Cristopher Vlavianos, presidente da Comerc, comercializadora de energia.

    Para Leite, a mudança não teria caráter político. "O ideal é que a decisão siga critérios de racionalidade econômica."

    A Abradee não tem uma projeção dos reajustes de 2018, que variam conforme a distribuidora, mas sinaliza que seriam ainda maiores que os anunciados recentemente.

    Para ter uma dimensão das altas aprovadas no último mês: a Cepisa, do Piauí, definiu um reajuste médio de 27,63%, e a EDP, que atende parte do Estado de São Paulo, elevou a conta em 24,37%.

    A Aneel informou que a questão será debatida nesta terça (24) durante reunião da diretoria, em que se discutirá a abertura de uma audiência pública sobre o tema.

    Editoria de Arte/Folhapress
    Aneel
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