A Nubank, empresa que emite cartões de crédito, anunciou, nesta terça-feira (24), que passará a oferecer conta a seus clientes.

O serviço será oferecido para usuários de teste nos próximos dias, e ao público em geral até o primeiro trimestre de 2018.

Na "NuConta", o dinheiro será aplicado automaticamente em títulos públicos pela instituição. Como a Nubank ainda não tem um registro de banco digital, não é uma conta-corrente como a maioria das pessoas conhece, e sim uma conta de pagamento.

Os rendimentos serão devolvidos em todo dia útil, em taxa indexada ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário). A empresa irá reter 1% dos retornos sobre o dinheiro investido.

"No Brasil, pagamos serviços bancários muito caros, com qualidade péssima. Queremos revolucionar isso", diz David Vélez, fundador e presidente da empresa. "Há muita complexidade na hora de investir. Por isso, queremos tomar essa decisão por você", afirmou Vélez.

"Um terço dos brasileiros ainda não têm conta bancária, e só uma minoria detém o conhecimento sobre como investir."

O cartão de crédito ainda estará sujeito à análise do perfil de cada cliente, como é feito hoje. "Mas, com mais pessoas criando contas, podemos conhecer melhor os clientes. Com certeza serão informações interessantes para aumentar os produtos financieiros", diz Vélez.

Além disso, a fintech afirma que "100% dos brasileiros poderão ter acesso à Nubank", sem triagem. Os clientes terão transferência entre contas e para outros bancos sem nenhuma tarifa.

A empresa ressalta que os usuários ainda não devem cancelar suas contas em outros bancos. "Vale você abrir a sua NuConta, começar a usar, e então avaliar qual o melhor momento de cancelar a outra conta no seu caso", disse, em comunicado.

Isso porque pagamentos de boletos e tributos, como IPTU e agendamento de transferências, por exemplo, são serviços que a fintech não oferece por enquanto.

A Nubank, cujo diferencial são cartões sem taxa ou anuidade, foi criada em 2013 e tem 2,5 milhões de clientes. A empresa fechou 2016 com R$ 122 milhões de prejuízo.

"A empresa não é lucrativa por decisão própria. Não geramos lucro porque estamos investindo tudo em crescimento. Crescemos 10% ao mês", afirma o presidente da Nubank.

Entre os investidores até agora, estão Sequoia Capital, Founders Fund e Tiger Global Management, fundos que atuam no Vale do Silício.