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    Petrobras quer concluir modelo de venda de refinarias até o fim do ano

    NICOLA PAMPLONA
    DO RIO

    24/10/2017 18h27

    A Petrobras espera decidir ainda este ano o modelo de venda de participações em suas refinarias, informou nesta terça (24) o diretor de Refino e Gás da estatal, Jorge Celestino. O processo faz parte do plano de venda de ativos com o qual a companhia espera arrecadar US$ 21 bilhões até o final de 2018.

    A venda de participações em refinarias é vista pelo mercado como uma das operações mais complicadas do plano de desinvestimentos, já que o mercado tem dúvidas ainda sobre a manutenção da política de preços da empresa após as eleições.

    No governo Fernando Henrique Cardoso, a Petrobras chegou a vender à Repsol uma fatia na Refinaria Alberto Pasqualini, no Rio Grande do Sul, mas a compradora acabou amargando prejuízos com a política de subsídios aos preços da gasolina.

    Celestino não adiantou qual seria o novo modelo, alegando que ainda precisa de aprovações de comitês internos, da diretoria e do conselho de administração da companhia. Inicialmente, a empresa previa a venda de fatias de mercado, atraindo parceiros, por exemplo, para uma região específica.

    No momento, a estatal negocia também com a chinesa CNPC uma fatia na refinaria do Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro). A parceira entraria com os recursos necessários para concluir as obras e ficaria com uma fatia do projeto.

    Em entrevista durante a feira OTC (Offshore Technology Conference), Celestino evitou dar prazo para a conclusão das negociações.

    As refinarias da Petrobras operam atualmente com 77% de sua capacidade, diante da perda de mercado para importações de combustíveis por terceiros. Celestino disse que a empresa prefere hoje operar com menos capacidade, mas de forma rentável.

    Com previsões de crescimento das vendas, porém, o Brasil deve ter grande déficit no suprimento de combustíveis em 2030, afirmou o presidente do Sindicom (Sindicato das Empresas de Combustíveis e Lubrificantes), Leonardo Gadotti.

    Ele apresentou estudo em que mostra que, se a economia crescer uma média de 2,5% ao ano, o consumo de derivados crescerá 3,3% ao ano no período. Nesse cenário, o déficit de derivados de petróleo chegara a 90 mil barris por dia em 2030.

    Sem novas refinarias, disse Gadotti, estes produtos terão que ser importados, gerando a necessidade de investimentos em infraestrutura da ordem de R$ 12 bilhões a R$ 15 bilhões até 2030.

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