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    Consumo e pequenas empresas puxam recuperação do crédito, diz Santander

    ANAÏS FERNANDES
    DE SÃO PAULO

    26/10/2017 12h54

    Eduardo Knapp - 07.abr.2016/Folhapress
    Presidente do Santander Brasil, Sérgio Rial, na sede do banco em São Paulo
    Presidente do Santander Brasil, Sérgio Rial, na sede do banco em São Paulo

    A recuperação do crédito à pessoa jurídica deve ser puxada pelas pequenas e médias empresas e já começou, avaliou Sérgio Rial, presidente do Santander Brasil, nesta quinta-feira (26).

    O banco divulgou balanço na quarta-feira (25) e informou que seu lucro líquido cresceu 37,3% no terceiro trimestre do ano, para R$ 2,586 bilhões.

    As concessões do Santander para PMEs cresceram 1,2% no terceiro trimestre do ano, em relação ao trimestre anterior, enquanto os empréstimos às grandes empresas caíram 1,4% no período.

    "O Santander está muito focado em pessoa física, mas já vemos a reação começar pelas pequenas e médias empresas", afirmou Rial.

    Esse é um dos primeiros indicadores de que o crédito às grandes empresas também vai começar a crescer, completou Marcos Madureira, vice-presidente de comunicação e sustentabilidade do Santander.

    A concessão do banco às pessoas físicas subiu 5% na comparação trimestral, e para financiamento ao consumo, 5,9%.

    "O desemprego começa a reduzir, as pessoas se sentem um pouco mais seguras e houve também um represamento de demanda. Isso numa base de juros muito diferente", afirmou Rial.

    Nesta quarta-feira (25), o Banco Central anunciou novo corte na Selic, a taxa básica de juros do país, a 7,5% ao ano.

    Apesar dos esforços do banco para estimular o financiamento imobiliário —com o lançamento, em julho deste ano, da modalidade de contratação on-line, por exemplo— o crédito não reagiu. A carteira segue praticamente estagnada em R$ 27 milhões pelo menos desde o terceiro trimestre do ano passado.

    "Já esperávamos por isso, porque leva tempo de processamento. A concessão no Brasil leva em torno de 45 dias, e mesmo no digital há muita documentação", afirmou Rial.

    "Eu acredito que se comece a ver reflexo no aumento do crédito imobiliário no primeiro trimestre de 2018."

    Rial diz ver a inadimplência estável no curto prazo —a taxa trimestral acima de 90 dias está em 2,9% no banco desde o início do ano. No último trimestre de 2016, fechou em 3,4%.

    "Houve uma ruptura clara da inadimplência em 2017, mas pensar em um quarto trimestre de grande oscilação [para baixo] é improvável. O viés é neutro no curto prazo e positivo no longo", afirmou.

    Mesmo com a queda na inadimplência no trimestre, o Santander elevou ligeiramente as despesas com provisões para perdas com calotes, de R$ 2,360 bilhões para R$ 2,429 bilhões, devido a um tomador pontual, explicou o banco.

    Rial destacou o projeto de lei que torna automática a adesão de consumidores ao cadastro positivo, aprovado pelo Senado nesta quinta.

    "É uma medida que tem impacto direto no dia a dia das pessoas. Ele ter sido aprovado é fundamental para a melhora do ambiente da taxa de juros do país", disse.

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