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    'Não vamos desistir', diz Sindipetro sobre suspensão de leilão do pré-sal

    CÁTIA SEABRA
    DE SÃO PAULO

    27/10/2017 13h03 - Atualizado às 13h54

    O coordenador-geral do Sindipetro (Sindicato dos Petroleiros) do Amazonas, Acácio Carneiro, afirmou, nesta sexta-feira (27), que a entidade recorrerá para suspender novamente o leilão do pré-sal, iniciado há pouco mais de uma hora.

    Segundo Carneiro, todos os sindicatos filiados à federação entraram na Justiça contra o leilão. "Não vamos desistir", disse ele, afirmando que o governo joga fora anos de investimento em tecnologia.

    Na manhã desta sexta-feira, o juiz Ricardo Sales, da 3ª Vara Cível da Justiça Federal de Manaus, concedeu uma liminar suspendendo o leilão. Ele argumentou que os valores cobrados pelas áreas são baixos e que a lei que pôs fim à exclusividade da Petrobras no pré-sal apresenta "vício constitucional".

    A suspensão foi obtida em ação conjunta entre o PT, a CUT (Central Única dos Trabalhadores) e sindicatos, que entraram com pedidos em diversos Estados.

    "A derrubada da liminar atende interesses dos entreguistas, do mercado internacional, de quem não pensa no Brasil. É um acinte e isso só acontece porque estamos vivendo um período tenebroso de desrespeito ao Estado de direito", disse Vagner Freitas, presidente Nacional da CUT.

    A AGU (Advocacia Geral da União) recorreu e obteve vitória no TRF1. Ironizando a rapidez da Justiça no atendimento à AGU, Carneiro afirmou que o sindicato vai recorrer.

    "Ao invés de ser investigado e punido por seus crimes de corrupção, o ilegitimo continua livre para vender as nossas riquezas naturais a preço de banana, prejudicando a classe trabalhadora e os mais pobres, que seriam os mais beneficiados com melhorias na saúde e na educação com milhões de reais dos royalties", afirmou Freitas.

    Ao abrir o leilão, o diretor-geral da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e biocombustíveis), Décio Oddone, agradeceu à procuradoria geral da agência pelo esforço para derrubar a liminar, "mostrando que não há insegurança jurídica no Brasil."

    O leilão é encarado pelo governo como um reforço à agenda positiva após a vitória na votação sobre a segunda denúncia contra o presidente Michel Temer na última quarta-feira (25).

    "Estamos abrindo a porta, não só do ponto de vista moral, mas também do ponto de vista econômico e social, para recuperar o tempo perdido", disse em seu discurso o ministro da secretaria geral da Presidência da República, Moreira Franco.

    "Estarmos aqui é um sucesso não só para o nosso governo. É um sucesso para o Brasil", afirmou o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho.

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