• Mercado

    Sunday, 05-May-2024 06:08:29 -03

    Dólar sobe 3,3% em outubro e real tem pior mês desde eleição de Trump

    ANAÏS FERNANDES
    DE SÃO PAULO

    31/10/2017 20h45

    Fernanda Carvalho/Fotos Públicas
    Nota de dólar e real, dinheiro, moeda
    Nota de dólar e real; moeda americana subiu 3,3% em outubro

    A queda do dólar comercial nesta terça-feira (31) não impediu a divisa de encerrar outubro na maior alta mensal ante o real em quase um ano.

    A moeda norte-americana subiu 3,3%, maior valorização para um mês desde novembro de 2016, quando o dólar saltou 6,2% após a eleição de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos.

    Na última sessão de outubro, o dólar comercial recuou 0,3%, para R$ 3,273. O dólar à vista fechou em leve alta, de 0,17%, a R$ 3,279.

    Desde meados de julho, o dólar rondava patamares de R$ 3,15 e R$ 3,20, com o mercado mais otimista sobre as reformas do governo, que acabara de aprovar a trabalhista.

    O final de outubro, no entanto, foi marcado pela votação da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer, barrada na Câmara em placar apertado. O peemedebista obteve 251 votos para impedir o andamento das investigações, 12 a menos do que na primeira denúncia, em agosto.

    "O mercado avaliou que, com esse placar, o governo poderia não conseguir dar prosseguimento às reformas, principalmente a da Previdência, e dificilmente os políticos mexeriam nesse vespeiro em 2018, ano de eleição", afirmou Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora.

    DÓLAR SOBE - Moeda teve maior alta mensal do ano em outubro<br><br><b>Variação mensal do dólar comercial, em %</b>

    No cenário exterior, todos os olhos se voltaram em outubro para o futuro presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), que deve ser anunciado por Trump até sexta-feira (3).

    Jornais e agências internacionais afirmam que Trump deve indicar o diretor do Fed Jerome Powell para o lugar de Janet Yellen, cujo mandato acaba em fevereiro.

    Powell tem perfil menos conservador do que o economista da Universidade de Stanford John Taylor, que também faz parte da lista de candidatos de Trump e alimentou temores de que o Fed poderia elevar os juros mais do que o esperado.

    Taxas mais elevadas nos EUA tendem a atrair para a maior economia do mundo recursos aplicados hoje em outros países, como o Brasil.

    Nesta quarta-feira (1º), haverá reunião do Fed e a expectativa é que os juros serão mantidos, mas o mercado buscará pistas sobre o encontro de dezembro.

    BOLSA

    Outubro foi marcado ainda por novo recorde na Bolsa brasileira. O Ibovespa, índice que reúne as ações mais negociadas, atingiu 79.989,79 pontos no dia 13, puxado pelos papéis da Vale.

    Naquele dia, os papéis ordinários da mineradora subiram 5,82%, e os preferenciais, 6,22%, seguindo alta de 4,06% dos preços do minério de ferro na China.

    Nesta terça (31), o índice fechou em leve alta, de 0,65%, a 74.308,49 pontos, com variação positiva de 0,02% no mês. "Essa deve ser a cara dos próximos meses, enquanto houver indecisão de política interna no Brasil e expectativas sobre os Estados Unidos. O mercado já começa a andar na esteira das eleições do próximo ano", diz Fabrício Stagliano, analista chefe da corretora Walpires.

    No ano, o Ibovespa acumula alta de 23,4%.

    No último pregão de outubro, das 59 ações do Ibovespa, 37 caíram, 20 subiram e duas permaneceram estáveis.

    A maior alta (+9,44%) foi das ações ordinárias de Cielo, que anunciou na segunda (30) números do terceiro trimestre melhores do que os esperados pelos analistas. O lucro líquido da companhia subiu 0,8% no período, para R$ 1,017 bilhão.

    As quedas foram lideradas pela Eletrobras, que viu suas ações recuarem 3,61%. Paulo Pedrosa, secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, afirmou nesta terça que o governo federal prevê no Orçamento de 2018 uma arrecadação de R$ 12 bilhões de reais com a privatização da Eletrobras.

    Em seguida aparece o Itaú Unibanco. As ações preferenciais da instituição recuaram 3,32%. O banco divulgou na segunda à noite seu balanço do terceiro trimestre, com lucro recorrente de R$ 6,25 bilhões, alta de 11,8% por cento sobre um ano antes.

    A margem financeira total, que mede o ganho do banco nas operações de empréstimos e já desconta a provisão para calote, no entanto, caiu 7% no trimestre na comparação com 2016, para R$ 16,8 bilhões.

    Ainda no setor financeiro, os papéis preferenciais do Bradesco recuaram 1,34%. As ações ordinárias do banco tiveram queda de 1,14%. As ações do Banco do Brasil se desvalorizaram 2,19%. As units (conjunto de ações) do Santander Brasil fecharam com queda de 3,02%.

    Os papéis preferenciais da Petrobras recuaram 0,06%, e os ordinários subiram 0,4%, em dia de ganhos para os preços do petróleo no mercado internacional. As ações preferenciais da Vale recuaram 0,53%, e as ordinárias caíram 0,77%, acompanhando os contratos futuros do minério de ferro na China, que acumularam queda de 5,8% no mês.

    Edição impressa

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024