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    Qualidade das estradas brasileiras piorou em 2017, aponta CNT

    FLAVIA LIMA
    DE BRASÍLIA

    07/11/2017 12h52

    A qualidade geral das rodovias brasileiras caiu em 2017. Entre os quase 106 mil quilômetros avaliados, o percentual considerado regular, ruim ou péssimo subiu de 58,2% em 2016 para 61,8% neste ano, indica pesquisa anual da CNT (Confederação Nacional dos Transportes).

    O levantamento engloba todas as rodovias federais pavimentadas e as principais rodovias estaduais. O meio é usado em 60% da movimentação de cargas e em 90% do transporte de passageiros.

    A piora atingiu tanto rodovias sob gestão pública quanto as concedidas, embora entre as públicas a deterioração seja bem superior.

    A queda da qualidade, segundo a CNT, está diretamente ligada a um histórico de baixo investimento, em especial uma expressiva redução de inversões federais a partir de 2011.

    Em 2017, até junho, foram investidos R$ 3 bilhões em rodovias públicas federais.

    Mantido o ritmo, o volume deve encerrar o ano bem abaixo dos R$ 8,61 bilhões registrados em 2016, número que já havia retrocedido ao nível de 2008. O volume gasto em acidentes havia superado os investimentos, chegando a R$ 10,9 bilhões em 2016.

    Para que o país alcance uma infraestrutura rodoviária adequada, diz a CNT, seriam necessários investimentos totais de R$ 293,8 bilhões.

    Apenas para manutenção, restauração e reconstrução dos quase 83 mil quilômetros desgastados seria preciso desembolsar R$ 51,5 bilhões.

    CUSTOS

    "A única saída para a situação são as concessões rodoviárias", disse Flávio Benatti, presidente da área de transportes rodoviários da CNT.

    Segundo ele, a má qualidade das rodovias onera o custo da operação de empresas de transportes em 27%, em média.

    Esse percentual pode chegar a 90% do custo operacional em rodovias em péssimo estado, afirmou.

    "As concessões feitas há três anos foram um verdadeiro 'me engana que eu gosto', para mexer com tarifas e não com investimentos", disse Benatti, ao ressaltar que a BR-153 está sendo devolvida e há 140 outras em processo de devolução.

    "Não vamos ter crescimento adequado se não olharmos para a questão da infraestrutura de transporte", disse.

    MELHORES E PIORES

    As piores rodovias são ligações presentes no Centro Oeste e Nordeste.

    O pior trecho, segundo o estudo, está entre Natividade, no Tocantins, e Barreiras, na Bahia.

    Todas as boas estradas atravessam São Paulo.

    A melhor delas é um trecho entre São Paulo e Limeira.

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