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    Bolsa sobe 2,7% após governo reiterar compromisso com Previdência

    DE SÃO PAULO

    08/11/2017 19h19

    A Bolsa brasileira registrou nesta quarta-feira (8) a maior alta diária em um mês em resposta aos esforços do governo para reiterar o compromisso com a aprovação da reforma da Previdência. O dólar também refletiu esse otimismo maior do mercado e recuou a R$ 3,26.

    O Ibovespa, que reúne as ações mais negociadas da Bolsa, fechou em alta de 2,69%, para 74.363 pontos. É a maior valorização diária desde 3 de outubro, quando o avanço foi de 3,23%.

    O dólar comercial caiu 0,39%, para R$ 3,264. O dólar à vista, que fecha mais cedo, teve queda de 0,78%, para R$ 3,252.

    O alívio no mercado financeiro ocorreu um dia após a Bolsa atingir o menor nível desde 5 de setembro em reação a declarações do presidente Michel Temer, na segunda (6), de que seria difícil votar a reforma da Previdência.

    Nesta quarta, porém, o governo voltou a mostrar sinais de que se esforça para tentar passar um texto mínimo da reforma. O deputado Arthur Maia (PPS-BA) deve apresentar nesta semana uma nova proposta de reforma, mais enxuta, mantendo apenas pontos essenciais da mudança nas aposentadorias, como idade mínima e igualdade entre servidores públicos e privados.

    "O discurso do governo mudou um pouco. Na terça, a gente amanheceu com o [presidente Michel] Temer largando no colo do Congresso e da sociedade a responsabilidade pela não aprovação da reforma. Nesta quarta, o quadro mudou um pouco, com o discurso de votar até o final do ano", afirma Alvaro Bandeira, economista-chefe do home broker Modalmais.

    Para ele, mesmo que diluído, o efeito da aprovação seria suficiente para melhorar a confiança dos investidores no Brasil e no governo.

    A melhora do humor no mercado foi generalizada e se intensificou após a notícia de que o Ministério Público Federal denunciou o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega no âmbito da operação Zelotes.

    Os papéis da Petrobras subiram mais de 2%, apesar da queda dos preços do petróleo no exterior. As ações mais negociadas da estatal avançaram 2,73%, para R$ 16,95. Os papéis que dão direito a voto tiveram ganho de 2,72%, para R$ 17,74.

    As ações da Vale também terminaram o dia no azul, mesmo com a desvalorização de 0,64% do minério de ferro. As ações ordinárias da mineradora subiram 1,25%, para R$ 33,94. Os papéis preferenciais avançaram 0,96%, para R$ 31,45.

    A maior alta foi registrada pelos papéis da Marfrig, que subiram 11,02%. A Usiminas se valorizou 8,02%. Só três das 59 ações fecharam em baixa: Embraer (-0,98%), Cielo (-0,30%) e Taesa (-0,25%).

    No setor financeiro, as ações do Itaú Unibanco subiram 3,65%. Os papéis preferenciais do Bradesco tiveram alta de 3,63%. As ações ordinárias do banco tiveram avanço de 2,73%. As ações do Banco do Brasil se valorizaram 5,24%. As units -conjunto de ações- do Santander Brasil fecharam com valorização de 4,59%.

    DÓLAR

    No mercado cambial, o dólar perdeu força em relação ao real, acompanhando enfraquecimento registrado também em relação a outras divisas. Entre as 31 principais moedas do mundo, o dólar enfraqueceu ante 23.

    A valorização do real também refletiu uma maior confiança dos investidores em relação aos esforços do governo pela aprovação da reforma. Mas houve também um componente externo, em meio a preocupações sobre um potencial adiamento da reforma tributária do presidente americano, Donald Trump.

    O presidente da Câmara dos Deputados, Paul Ryan, sinalizou quarta que pode haver um possível adiamento na implementação da reforma tributária.

    O CDS recuou 0,64%, para 176,6 pontos.

    No mercado de juros futuros, os contratos mais negociados tiveram dia de queda. O DI para janeiro de 2018 recuou de 7,206% para 7,199%. A taxa para janeiro de 2019 caiu de 7,290% para 7,240%.

    Folhainvest

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