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    Corte na proposta da Previdência não pode passar de 50%, diz Meirelles

    FLAVIA LIMA
    MAELI PRADO
    DE BRASÍLIA

    09/11/2017 13h42 - Atualizado às 14h39

    Ueslei Marcelino/Reuters
    Brazilian Finance Minister Henrique Meirelles gestures during a news conference in Brasilia, Brazil September 5, 2017. REUTERS/Ueslei Marcelino
    O governo não abrirá mão da idade mínima, do período de transição e da equiparação do setor público e do privado, disse o ministro

    O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, admitiu nesta quinta-feira (9) que a reforma da Previdência será mais enxuta, mas afirmou que a redução da proposta não pode ser superior a 50% do previsto originalmente.

    O texto enviado pela equipe econômica previa uma economia de cerca de R$ 800 bilhões, mas o relatório aprovado em comissão especial, que está sendo rediscutido, foi desidratado e já representava 75% da primeira proposta.

    Ele declarou ainda que nas negociações, o governo não abrirá mão da idade mínima, do período de transição e da equiparação do setor público e do privado. Para o ministro, o que for aprovado tem que ser "substancialmente" superior à metade do que o Palácio do Planalto almejava conseguir inicialmente.

    "A unificação dos sistemas é muito importante. Isso é a base. Mas tem uma série de outros pontos, como tempo de contribuição, que estamos discutindo.O deputado Artur Maia [ (PPS-BA), relator da proposta] está redigindo um substitutivo que seja de fato aprovável, mas a restrição é que a cada proposta de mudança temos que olhar a redução do benefício".

    Meirelles ressaltou que esses três pontos dos quais o governo não abre mão não garantiriam os mais de 50% almejados.

    "Tem a questão do tempo contribuição", disse ele, ao afirmar que uma redução de 25 para 15 anos do tempo mínimo de contribuição tem custos e tem que ser compensado em outros pontos da própria reforma.

    Após reunião com o presidente Michel Temer e parlamentares, o relator da reforma da Previdência, Artur Maia, confirmou que a nova proposta de reforma da Previdência manterá o tempo mínimo de contribuição em 15 anos.

    O relatório que havia sido aprovado na comissão previa que fosse aumentado o tempo mínimo de contribuição para 25 anos.

    COMPENSAÇÃO

    Segundo ele, a desidratação da reforma teria que ser compensada para garantir o equilíbrio fiscal, idealmente na própria reforma.

    "Qualquer mudança que diminua o benefício fiscal [da reforma da Previdência] terá de ser compensado", afirmou.

    Questionado sobre essas medidas, o ministro afirmou que "a gestão da despesa pública não se esgota com uma medida".

    "Há medidas complementares como a questão relacionada a isenções e subsídios que deverão ser tratadas adiante", afirmou.

    Ele ressaltou, entretanto, que "a reforma da Previdência é crucial nesse processo".

    "A despesa não obrigatória prevista no Orçamento prevista para o próximo ano volta ao nível de 2010 em termos reais, o que é algo que não é sustentável. E as despesas obrigatórias puxadas pela Previdência crescem muito".

    Com Reuters

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