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    Henrique Meirelles tem a preferência do mercado em eventual candidatura

    DANIELLE BRANT
    DE SÃO PAULO

    12/11/2017 02h00

    Bolsonaro pode até ser o "mal necessário" para impedir Lula 3, mas outros nomes mexem mais com o coração do mercado. Um deles é o do atual ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.

    Além de conhecer os meandros de Brasília, a experiência no setor privado –ele foi presidente do BankBoston e do conselho da J&F, dos irmãos Batista– conta pontos a favor. Meirelles, que adiou para o próximo ano a decisão sobre uma eventual candidatura, personificaria o ideário dos investidores. "No sonho, em condições ideais, o Meirelles seria o primeiro. O Meirelles não seria o candidato do mercado, o Meirelles seria o mercado", diz Carlos Melo, cientista político e professor do Insper.

    Os tucanos João Doria, prefeito de São Paulo, e Geraldo Alckmin, governador do Estado, contam com o apoio natural, pelo consistente discurso pró-privatizações e pela agenda reformista. Mas a incerteza em torno de quem será o presidenciável do partido provoca temor de pulverização de votos. "O ideal seria que eles se unissem numa chapa mais forte", diz Luiz Eduardo Portella, sócio-gestor da Modal Asset.

    INCÓGNITA
    O mais recente integrante do "dream team" do mercado é o apresentador Luciano Huck. Embora agrade, a falta de experiência política pesa contra. "É uma incógnita. Não se sabe como ele vai estabelecer o equilíbrio entre o assistencialismo e a política liberal", diz Melo, do Insper.

    André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimento, diz acreditar que a candidatura de Huck só ganha força se estiver ladeada por um nome mais forte. "Não dá para ele assumir o governo no meio desse ambiente tenso. Teria que ser chancelado por alguém, como o próprio Meirelles."

    Para Tony Volpon, economista-chefe do banco UBS no Brasil e ex-diretor do BC, o nome é o que menos importa. "O mercado não tem partido ou compromisso com determinada maneira de fazer reforma. O governo atual tem uma proposta, mas, para o mercado, isso é irrelevante, desde que seja aprovado algo que melhore a relação entre dívida e PIB."

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