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    JBS reduz dívidas, mas lucro cai para R$ 323 milhões no terceiro trimestre

    TATIANA VAZ
    DE SÃO PAULO

    13/11/2017 22h27

    No momento em que o empresário Joesley Batista coloca à venda alguns de seus bens pessoais para pagar dívidas, a JBS divulga o balanço do terceiro trimestre com um lucro líquido de R$ 323 milhões, queda de 63,6% em relação ao período do ano anterior.

    No consolidado dos primeiros nove meses do ano, comparado ao mesmo período de 2016, a companhia reverteu um prejuízo de R$ 317,8 milhões para um lucro de R$ 1,05 bilhão.

    O valor trimestral foi impactado em R$ 1,5 bilhão pela adesão da empresa ao programa especial de regularização tributária com a União, o chamado Refis.

    A adesão ao Refis gerou um impacto de R$ 2,3 bilhões no caixa da companhia. Do total, R$ 1,8 bilhão foi registrado como despesa administrativa e R$ 927 milhões como resultado financeiro.

    Houve um ganho de R$ 436 milhões com imposto de renda diferido, também resultado da inclusão.

    Com o benefício, a empresa conseguiu triplicar o caixa livre, ou seja, a quantidade de dinheiro que gerou em vez da que gastou, para R$ 3,2 bilhões em relação ao trimestre do ano anterior. A dívida líquida encolheu R$ 4,8 bilhões para R$ 45,5 bilhões.

    Como consequência, a alavancagem caiu de 4,16 vezes, no segundo trimestre, para 3,42 vezes no terceiro.

    O endividamento total da companhia ficou composto por 27% de dívidas de curto prazo e 73% de longo –a maioria dessa lastreada às exportações das unidades brasileiras.

    As dívidas em dólar ainda tem um forte peso para a empresa e equivalem a 94% do total devido.

    VENDAS ESTAGNADAS

    A receita da empresa de julho a setembro ficou estagnada em R$ 41,1 bilhões. As exportações representaram 27% do total de vendas globais da companhia.

    Entre as unidades de negócios, a JBS Brasil foi a que apresentou maior recuo de receita no terceiro trimestre, uma queda de 24,4%. O ebtida despencou 78,6% para R$ 72,5 milhões no período.

    O recuo foi atribuído à venda das operações de carne bovina na Argentina, Paraguai e Uruguai, a primeira fechada pela empresa desde os escândalos de corrupção envolvendo o governo.

    Houve, ainda uma redução de 17,1% no volume de animais processados no Brasil. Na comparação trimestral, o volume de animais processados cresceu 4,4%.

    Na contramão, o negócio de carne suína da JBS nos Estados Unidos avançou 25%, com uma receita líquida de US$ 1,7 bilhão. As exportações a partir da unidade cresceram 10%, com destaques para os países Asiáticos, México e Canadá. A demanda do mercado americana também cresceu 27,8%.

    As vendas das operações da Moy Park e de 19,43% da participação que a JBS possuía na Vigor aconteceram depois do fechamento terceiro trimestre. "Sendo que 80% dos proventos dessas transações foram usados para pagar dívidas", lembra a companhia no documento.

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