• Mercado

    Monday, 06-May-2024 04:52:03 -03

    BNDES não é babá de mau empresário, diz presidente do banco

    DANIELLE BRANT
    DE SÃO PAULO

    21/11/2017 13h05 - Atualizado às 16h02

    Danilo Verpa - 29.mar.2012/Folhapress
    Presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro
    Presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro

    O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) não é especializado em "campeãs nacionais" —como eram conhecidas as companhias JBS, Oi e as empresas de Eike Batista– e não é babá de mau empresário, afirmou, nesta terça-feira (21), o presidente do banco de fomento, Paulo Rabello de Castro.

    Ele participou de seminário realizado pela Acrefi (associação de instituições de crédito, financiamento e investimento) em São Paulo.

    "O banco não deu suporte para nada de errado que campeã A ou B ou C fez, porque dinheiro não tem carimbo, e o banco não é babá de mau empresário, empresário pouco ético", afirmou.

    Política de "campeãs nacionais" foi como ficou conhecida a iniciativa do banco e dos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff de conceder empréstimos para empresas de setores estratégicos para transformá-las em multinacionais. Entre as empresas que se beneficiaram estão JBS, Marfrig, Oi e Fibria.

    "O banco acompanhou corretamente as inversões que foram feitas por duas ou três dessas empresas que escorregaram na ética de seu comportamento, mas elas entregaram o produto do ponto de vista da aplicação dos recursos ao banco", disse Rabello de Castro.

    "Portanto, o banco, que é extremamente diversificado ao longo dos anos, tem uma vocação muito estável em infraestrutura, uma vocação crescente nos investimentos em agricultura, que muitas vezes identificamos como do Banco do Brasil, mas que, na realidade, são investimentos com carimbo do BNDES repassados pelo Banco do Brasil", afirma.

    Ao falar sobre a atuação do BNDES, ele afirmou que, o banco, diferentemente do que muito se alega, é bem organizado e é "limpinho".

    "Costuma receber seu dinheiro de volta, o que não é pouca coisa no Brasil. O banco ostenta um índice de inadimplência inferior a 2% na saída da maior recessão. Poderia ter sob si o seguinte questionamento: 'que diabo de banco de desenvolvimento é esse que não consegue nem ter uma inadimplência razoavelmente alta ao fim de um período onde praticamente o setor produtivo se matou?'", destacou.

    Ele também afirmou que, embora os desembolsos do banco tenham caído neste ano —20% até setembro, para R$ 50 bilhões—, o BNDES voltará a emprestar em 2018.

    A estimativa do presidente do banco de fomento é que os desembolsos cheguem a R$ 100 bilhões no próximo ano, o que representaria um crescimento de cerca de 30% de acordo com a projeção de Rabello de Castro de que o banco emprestará cerca de R$ 75 bilhões neste ano.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024