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    Celular chinês quer invadir território da Apple e da Samsung

    DO "NEW YORK TIMES"

    24/11/2017 02h00

    Jhon Paz/Xinhua
    Telefone da marca Huawei; confira como limpar a tela do celular
    Telefone da marca Huawei

    O celular registra fotos deslumbrantes e conta com inteligência artificial avançada. Sua tela se estende de borda a borda. E, vendido por quase US$ 1.000 (R$ 3.220 pela cotação atual), está no território dos preços estratosféricos.

    Mas o Mate 10 Pro não é o mais recente smartphone de topo de linha da Samsung ou da Apple. Ele vem da China, um país que, apesar de toda a sua crescente sofisticação tecnológica, ainda não criou uma marca como Lexus, Canon ou Samsung, que consumidores de todo o mundo associem com qualidade elevada e preços idem.

    A Huawei Technologies, criadora do smartphone, acredita que o mundo esteja preparado para pagar caro por um produto chinês.

    Ela vai lançar o Mate 10 Pro –e mais dois aparelhos irmãos, um mais barato e menos potente, e outro mais fino e ainda mais caro– na Europa, no Oriente Médio e em outros países da Ásia.

    E está negociando com a AT&T para oferecer os celulares nos Estados Unidos, de acordo com uma pessoa informada sobre o assunto que pediu que seu nome não fosse mencionado porque as discussões não são públicas.

    Na tecnologia, a China deixou de ser a terra das cópias e das versões simplificadas.

    Os laboratórios do país estão envolvidos na corrida da inteligência artificial e da computação quântica, e em outros campos de vanguarda. Suas empresas de internet lideram o mercado no desenvolvimento de modos de desordenar o varejo, finanças, transportes e outros setores, usando a tecnologia móvel.

    O problema é fazer com que o mundo reconheça tudo isso. A China quer levar sua economia a subir de nível, vendendo ao mundo bens de valor mais alto, tais como carros, jatos de passageiros, produtos eletrônicos avançados.

    Marcas famosas podem ajudar a abrir novos mercados e a convencer os clientes mundiais de que os produtos chineses são tão confiáveis quanto os norte-americanos, japoneses ou sul-coreanos.

    A Huawei é bem conhecida em seu país. Suas vendas de celulares são as mais altas da China, e o país representa o maior mercado mundial de smartphones.

    O grupo está seguindo a Apple de perto, em busca da segunda posição entre os maiores fabricantes mundiais de celulares. De acordo com o grupo de pesquisa Canalys, a Huawei embarcou 39 milhões de celulares no seu trimestre mais recente, ante 47 milhões da Apple. Mas os aparelhos da Huawei em sua maioria eram modelos de preço baixo ou médio.

    "Vemos bons sinais de que as pessoas em geral perceberam a mudança da marca e que agora a veem como 'inovadora e cheia de estilo'", disse Grace Cheung, vice-presidente de marketing da Huawei para bens de consumo duráveis.

    "Creio que isso seja um ótimo sinal para nós."

    Ainda assim, disse Cheung, a Huawei prefere investir no desenvolvimento de recursos mais inteligentes e tecnologia melhor a investir em marketing, ainda que reconheça a importância de criar um elo emocional com os usuários.

    GRANDE DESAFIO

    O desafio para a empresa é significativo, quanto a isso. Comparada a Apple ou Samsung, a Huawei tem muito a avançar antes de encontrar aquela qualidade intangível que vincula pessoas a uma marca.

    Mesmo na China, muita gente ainda vê os aparelhos da Huawei como bons pelo preço que custam, e não muito mais.

    Li Haoran, 24, contadora em Pequim, usa smartphones da Apple há muito tempo. Ela consideraria trocar seu celular por um Huawei?

    "Não para mim", ela disse, "mas eu consideraria comprar celulares Huawei para minha família, porque são relativamente baratos."

    Tradução de PAULO MIGLIACCI

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