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    Novos aplicativos agilizam distribuição de carga para o agronegócio

    MICHELE LOUREIRO
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    29/11/2017 02h00

    Douglas Pingituro/Brazil Photo Press/Folhapress
    Devido ao incêndio em tanques de combustível em Santos (SP), caminhões têm acesso bloqueado pela via Anchieta, nesta segunda-feira
    Caminhões de carga na via Anchieta, em Santos (SP)

    De olho nos gargalos do setor de logística que consomem até 20% do faturamento das empresas brasileiras, start-ups investem em soluções para agilizar o transporte de carga e reduzir custos.

    A Tbit, criada em 2009 por quatro alunos de sistemas de informação da Universidade Federal de Lavras (MG), apostou no agronegócio.

    O equipamento desenvolvido pela empresa automatiza o processo de verificação de qualidade de sementes e grãos. Com uso de inteligência artificial, as cargas são analisadas em poucos minutos em um processo que identifica problemas como grãos quebrados ou fermentados.

    A partir dos dados, a empresa emite um laudo que ajuda na precificação da carga -e permite que os clientes não paguem caro por produtos de menor qualidade.

    "Há uma economia de cerca de 70% em tempo para liberar os lotes analisados, já que a leitura que antes demorava em média 20 minutos agora demora dois", afirma Igor Chalfoun, 37, um dos fundadores da Tbit.

    A empresa acumula cerca de 50 clientes, incluindo gigantes do setor de agronegócio, como Dow, Bayer e Basf.

    Recentemente, recebeu um aporte de R$ 1 milhão da Monsanto, por meio do fundo BR Startups, que será usado para expansão na América Latina a partir de 2018.

    O agronegócio também é um foco da CargoX. Criada em 2016, a empresa desenvolveu um aplicativo que conecta 250 mil caminhoneiros autônomos às empresas que precisam transportar cargas.

    "A ideia é reduzir a ociosidade dos veículos e ajudar na redução dos custos das empresas", afirma Federico Vega, 36, presidente-executivo e fundador da empresa.

    A estimativa da companhia é que os caminhões voltados ao agronegócio trabalhem com capacidade ociosa de até 60%, por conta dos períodos de pico seguidos de espera pela nova safra.

    A CargoX investiu R$ 10 milhões e abriu cinco escritórios na região Centro-Oeste, berço do agronegócio. A previsão inicial era realizar 504 transportes dentro do setor nos últimos meses de 2017, agora a empresa já prevê ultrapassar os 3.600.

    A empresa já recebeu R$ 110 milhões de investimentos. O último deles, feito há pouco dias, alcançou os R$ 65 milhões e foi feito pelo megainvestidor americano George Soros, pelo banco Goldman Sachs e pela empresa de tecnologia Qualcomm.

    Parte do montante será utilizada para quadruplicar o quadro de funcionários, contratando mais 800 pessoas, e expandir a operação.

    Já a Jettasoft, de Florianópolis (SC), investe em otimizar a carga. Criada em 2015, a companhia desenvolveu um software para encontrar o encaixe perfeito das mercadorias dentro dos caminhões.

    "Cerca de 20% do espaço dos caminhões não é aproveitado por conta da disposição errada das mercadorias", afirma Diego Rorig, 26, fundador da empresa.

    A companhia já recebeu R$ 250 mil em aportes e está participando do programa de aceleração da Liga Ventures, em São Paulo.

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