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    PF e Cade investigam fraude em mais de 100 licitações de saneamento

    DE SÃO PAULO

    27/11/2017 14h52

    Cosme Aquino
    Enquanto Rio privatiza, por que Paris, Berlim e outras 265 cidades reestatizaram saneamento? --- Estação de Tratamento de Água (ETA) Guandu, em Nova Iguaçu (RJ)
    As empresas teriam acordos de revezamento para vencer os certames.

    A Polícia Federal e o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) deflagraram nesta segunda-feira (27) a operação Vinil, para investigar a suposta formação de cartel por quatro empresas do ramo de conexões de PVC e polipropileno, em mais de cem licitações públicas de obras de saneamento de água, em 13 Estados.

    "As empresas apresentavam propostas fictícias, que é a forma mais frequente desses esquemas de conluio entre concorrentes, faziam propostas rotativas e divisão de mercado", afirmou o superintendente-geral do Cade, Alexandre Cordeiro Macedo.

    A fraude foi identificada de 2004 a 2015, mas em 2016 houve novas tentativas de retomar o esquema, afirma o delegado da PF responsável pela operação, Claudio Alves Barreiro.

    Mais de 50% das fraudes ocorreram em São Paulo, mas também são apuradas licitações em Amazonas, Bahia, Ceará, Paraíba, Ceará, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Espírito Santo.

    Ainda não é possível concluir o valor movimentado no esquema, segundo o Cade, mas só em 2012, por exemplo, há provas de que quatro empresas receberam ao menos R$ 40 milhões cada uma, em um esquema de revezamento para vencer os certames.

    A investigação ocorre em segredo de justiça, e o nome das empresas não foi divulgado.

    Nesta manhã, foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão nas sedes das quatro companhias em São Paulo, na Grande São Paulo e em Santa Bárbara D'Oeste, no interior paulista.

    As investigações estão em início, segundo Macedo, e ainda será apurada qual a participação das empresas contratantes dessas fornecedoras. A participação de agentes públicos ainda não foi identificada no processo de fraude.

    O inquérito policial teve início em junho deste ano, quando o Ministério Público Federal encaminhou o acordo de leniência firmado entre o Cade e uma empresa fabricante de conexões que teria participado do esquema.

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