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    Operação da Vale turbina fusões no país em 2017

    DANIELLE BRANT
    DE SÃO PAULO

    28/11/2017 02h00

    A incorporação da Valepar pela Vale turbinou o resultado das fusões e aquisições no país nos dez primeiros meses deste ano. As operações somaram US$ 44,9 bilhões, aumento de 47,5% em relação ao mesmo intervalo de 2016, de acordo com estudo da S&P Global Market Intelligence obtido pela Folha.

    Sem o negócio da Vale, no entanto, as operações recuaram 20%. O negócio de US$ 21,1 bilhões estabeleceu que a mineradora passasse a incorporar a Valepar, empresa detida por Bradesco e fundos de pensão e que exerce o controle da companhia.

    Além disso, o número de transações diminuiu, recuando de 249 negócios para 239 no ano até outubro.

    Para Pedro Arlant, diretor-geral da S&P Global Market Intelligence, as empresas locais com boas condições de caixa ou acesso a capital conseguiram aproveitar o cenário de ativos desvalorizados ou estagnados pela crise para ir às compras.

    "No caso das transações por empresas internacionais, os ativos brasileiros se tornaram ainda mais atrativos em razão da moeda local consistentemente desvalorizada, o que requereu menos moeda forte para compra", afirma.

    Os setores com mais fusões e aquisições foram tecnologia da informação, alimentação, imobiliário, energia, educação e saúde.

    Esses três últimos, diz o diretor da S&P, atraíram empresas estrangeiras interessadas em crescer em mercados emergentes.

    Houve equilíbrio entre o interesse de empresas nacionais e internacionais: mais da metade das 200 transações com compradores identificados teve por trás empresas brasileiras. Em valor, porém, as aquisições de companhias locais responderam por 71% do total de operações até outubro.

    PERSPECTIVAS

    O ano eleitoral não terá efeito expressivo sobre as operações de fusão e aquisição, segundo Arlant. "O consenso do mercado é de que o pior já passou. Aos poucos, uma conjuntura mais positiva está se consolidando, independentemente de quem ganhará as eleições de 2018."

    As empresas devem se beneficiar em 2018 de uma política de expansão de crédito dos bancos comerciais, após uma limitação nos empréstimos neste ano em decorrência dos elevados índices de recuperação judicial, diz.

    No entanto, uma nova crise política poderia frear o processo de investimentos. "Mas, de forma geral, uma visão mais otimista do mercado está se consolidando."

    O estudo analisou ainda as operações de fusão e aquisição na América Latina no primeiro semestre. O comportamento foi parecido com o observado no Brasil: aumento no valor das transações, com menos negócios.

    Nos 12 meses até junho, o valor das transações cresceu 30% ante o período anterior, para US$ 141 bilhões. O número de operações recuou de 1.213 para 1.055 no intervalo.

    Entre as dez maiores operações na região, nove envolveram empresas brasileiras.

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