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    Rodobens quer dobrar lançamentos com retomada de projetos MCMV

    DA REUTERS

    29/11/2017 16h16

    A Rodobens Negócios Imobiliários espera mais que dobrar os lançamentos de imóveis residenciais no ano que vem, voltando a desenvolver projetos para o Minha Casa Minha Vida (MCMV) depois de ficar quase quatro anos fora do segmento que mais cresce do setor de construção civil.

    A incorporadora vê potencial para lançar aproximadamente R$ 500 milhões no próximo ano e, se condições de mercado mais favoráveis persistirem, elevar esse número a R$ 1 bilhão até 2020, com foco de atuação no interior de São Paulo, Centro-Oeste e Triângulo Mineiro.

    Em 2017, os lançamentos devem alcançar cerca de R$ 200 milhões, concentrados nas cidades de Rio Preto (SP), São Carlos (SP) e Rondonópolis (MT). "Foi o ano de arrumar a casa e só lançamos pontualmente, antecipando alguns projetos de 2018", afirmou à Reuters Alexandre Mangabeira, co-presidente-executivo da Rodobens.

    Segundo ele, pelo menos 20% dos projetos a serem lançados no ano que vem devem se enquadrar nas faixas 2 e 3 do MCMV, afirmou Mangabeira. A última vez que a Rodobens atuou no programa habitacional foi em 2013, com empreendimentos para a faixa 2.

    As ações da Rodobens acumulam baixa de 4,6% em 2017, na contramão do índice que reúne papéis do setor imobiliário, que subiu quase 27% desde o começo do ano.

    A empresa só atuava nesse segmento quando abriu o capital, em 2007, mas a crise econômica a partir de 2014 a convenceu a sair do Minha Casa Minha Vida, cujo público-alvo foi um dos que mais sentiu os efeitos da recessão, especialmente o desemprego.

    "Tivemos que focar na monetização da carteira nos últimos anos e fizemos uma gestão dura, nada simpática", comentou o presidente administrativo, Carlos Bianconi, acrescentando que a companhia atualmente conta com 258 funcionários, 40% menos que os 509 de 2016.

    Após 2018, a Rodobens pode revisar estratégia e elevar o percentual de projetos do MCMV, sem abandonar a categoria de médio e alto padrão, comentaram os dois executivos. A princípio, a companhia deve destinar áreas antes alocadas para loteamentos à construção de imóveis econômicos.

    "Vamos segurar projetos de loteamentos, que são de ciclo mais longo, e usar os terrenos para o Minha Casa Minha Vida", explicou Bianconi.

    A empresa hoje dispõe de um estoque de áreas (landbank) de R$ 3,2 bilhões, considerando loteamentos e incorporação imobiliária, e tem como meta expandi-lo em cerca de R$ 1 bilhão em 2018 por meio de parcerias, de acordo com Mangabeira.

    Questionados sobre a concorrência, os executivos destacaram que a disputa se dá principalmente com grupos locais e de menor porte que atuam nas mesmas regiões que a Rodobens, mas alertaram que rivais maiores podem tornar as negociações para compra de terrenos mais árduas.

    "Queremos preservar nosso caixa e vamos priorizar permuta, mas rivais maiores muitas vezes oferecem pagamento em dinheiro e conseguem desconto no preço, o que acaba melhorando as margens", disse Mangabeira.

    A MRV, por exemplo, já manifestou repetidas vezes seu foco na ampliação do banco de terrenos e promete ser agressiva na briga por novas áreas. Em 4 de outubro, a Reuters noticiou que a maior construtora de imóveis econômicos do país planejava desembolsar R$ 500 milhões na aquisição de terrenos em 2018, depois de investir R$ 1 bilhão desde 2014.

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