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    Plano de recuperação da Viver é aprovado em Assembleia

    TATIANA VAZ
    DE SÃO PAULO

    29/11/2017 18h00

    Raquel Cunha/Folhapress
    Imóvel em construção em São Paulo
    Imóvel em construção em São Paulo

    Depois de muita negociação, a Viver conseguiu aprovar nesta quarta (29) o plano de recuperação judicial com aval de 80,64% do total de presente na assembleia-geral dos credores.

    Como a incorporadora não possuía ativos para os pagamentos da dívida, ficou acertado que cerca de 99% da Viver será entregue aos credores, por meio de emissões de ações.

    A conversão de papéis chegará a pelo menos R$ 880 milhões. Mas a dívida total da holding, incluindo a dos empreendimentos com planos individuais, chega a R$ 1,3 bilhão.

    Os maiores credores são os bancos e fundos de investimento: Bradesco, Caixa Econômica Federal, Polo Capital, Credit Suisse, Santander, Votorantim e Paladin –que também o principal acionista.

    CASO ENCOL

    A empresa, chamada antes de Inpar e com capital aberto, é a primeira de grande porte a pedir recuperação judicial desde a falência da construtora Encol, em 1998.

    Na época, a empresa tinha entre sua lista de credores 40 mil compradores, que ficaram sem imóvel.
    O caso incentivou a criação do instrumento de patrimônio de afetação, em que cada empreendimento recebe um CNPJ e contabilidade próprios. São as chamadas SPE (Sociedade de Propósito Específico).

    O intuito é assegurar a continuidade e a entrega das unidades em construção aos futuros donos dos imóveis, mesmo em caso de falência da construtora.

    "Creio que o modelo de plano aprovado pela Viver também servirá para outras empresas do setor que precisem seguir o mesmo caminho [da recuperação judicial]", disse Rafael Carlos, sócio da Alvarez & Marsal, responsável pelo plano judicial da incorporadora.

    EM CONSTRUÇÃO
    A Viver pediu recuperação judicial em setembro de 2016, após ter sido alvo de duas execuções judiciais, uma de R$ 15 milhões e outra de R$ 18,5 milhões, referentes a dívidas não pagas.

    A empresa propôs, então, incluir em um único plano todos os seus 64 projetos, a grande maioria em andamento –o que foi muito criticado por bancos e incorporadoras. O receio era o de a situação criar uma insegurança maior dos consumidores, em um mercado de vendas retraída em meio à crise.

    Depois de refazer o plano, a construtora apresentou em setembro uma última versão, com planos com 16 SPEs. "Duas delas tiveram planos de recuperação aprovados hoje [quarta]", diz Carlos.

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