• Mercado

    Monday, 29-Apr-2024 13:29:04 -03

    Senado rejeita projeto que reduzia teto do ICMS para o querosene de aviação

    TALITA FERNANDES
    DE BRASÍLIA

    29/11/2017 19h55

    O plenário do Senado rejeitou nesta quarta-feira (29) um projeto de resolução que pretendia reduzir a alíquota máxima do ICMS (imposto sobre circulação de mercadorias e serviços) do querosene usado na aviação.

    Pelo texto, o teto de cobrança seria reduzido de 25% para 12%. A rejeição se deu por 43 votos favoráveis e 17 contrários.

    Alvo de um intenso debate no Senado, o projeto estava na pauta desde o fim de 2016 e chegou a voltar para apreciação de comissões por mais de uma vez devido às divergências.

    Por se tratar de um projeto de resolução do Senado, era necessário o apoio de no mínimo 54 senadores para aprovação.

    A proposta foi apresentada pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e assinada por outros 40 senadores. A relatoria era de Jorge Viana (PT-AC).

    O resultado representa uma vitória de São Paulo. Dono da maior malha aérea do país, o Estado cobra atualmente a maior alíquota do país, fixada em 25%.

    Por outro lado, a rejeição do projeto é uma derrota para os Estados do Norte e do Nordeste do país, principalmente.

    A argumentação usada pelo setor aéreo, e corroborada por senadores favoráveis ao projeto, era de que a redução da alíquota resultaria em aumento de voos, especialmente para regiões remotas do país, como a Amazônia.

    O senador José Serra (PSDB-SP), contrário à redução do teto, disse que a criação de um teto atende o lobby das companhias aéreas.

    Para o tucano, as empresas queriam usar essa argumentação para usar o espaço de São Paulo, onde a frequência de voos é maior, para abastecer com combustível mais barato.

    Ele criticou ainda senadores que defenderam o projeto, dizendo que o intuito era beneficiar empresas de transporte privado. "Estamos fazendo uma votação desinformada", acrescentou.

    As argumentações foram defendidas também pela senadora Simone Tebet (PMDB-MS). "Não vamos nos iludir", disse a senadora, citando resolução da Anac (Agência de Aviação Civil) editada este ano que pôs fim à gratuidade de bagagens sob argumentação de que isso reduziria os preços das passagens aéreas.

    "Há 4 meses essa resolução está em vigência, mas houve aumento de quase 17% [no preço das passagens]", disse. "O que afinal as companhias de São Paulo querem? O slot de São Paulo para abastecer a 12%."

    O relator do texto rebateu os argumentos. "Nós não podemos viver num país onde é proibido andar de avião, porque temos a passagem mais cara. Só vai ter redução do preço se nós aumentarmos a oferta de voos. Os Estados sabem disso", disse.

    Viana afirmou ainda que estava defendendo o brasileiro "que paga o preço da passagem mais caro". "Os Estados terão um ganho na arrecadação do ICMS, porque n

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024