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    Credores aprovam plano de recuperação da PDG

    RAQUEL LANDIM
    DE SÃO PAULO

    01/12/2017 02h00

    A PDG aprovou seu plano de recuperação judicial em assembleia de credores realizada nesta quinta-feira (30). As dívidas totais da incorporadora somam aproximadamente R$ 8 bilhões.

    A empresa, que chegou a ser a maior incorporadora do país, foi apanhada pela recessão em um momento delicado. A empresa cresceu muito rápido e se endividou além do que seria considerado saudável.

    O plano de recuperação, que engloba R$ 5,75 bilhões em débitos, obteve o aval da maioria dos credores, incluindo Banco do Brasil, Itaú, Bradesco, Santander e Votorantim. Apenas a Caixa votou contra a proposta.

    A negativa do banco federal causou surpresa na assembleia, porque os técnicos davam sinais nas negociações que apoiariam o plano. O banco estatal é um dos que estão em situação mais delicada, porque possui poucas garantias reais.

    De acordo com o plano, os bancos credores receberão seus créditos à medida que a PDG vender os imóveis dados em garantia, respeitando um "colchão de liquidez" necessário para manter a empresa funcionando.

    O valor recuperado, portanto, vai depender do que for obtido nas negociações de venda. As análises mais otimistas apontam que os ativos da PDG valem cerca de metade da sua dívida. Ou seja, o prejuízo dos bancos pode chegar a pelo menos 50%.

    A dívida bancária incluída na recuperação judicial chega a R$ 4,5 bilhões. As instituições, no entanto, também têm débitos fiduciários que, por lei, estão excluídos do processo, não sofrem descontos e tem preferencia na hora do pagamento.

    CRONOGRAMA

    Vão receber integralmente os trabalhadores e os clientes cujo débito é inferior a R$ 35 mil até um limite de R$ 88 milhões. O que ultrapassar esse patamar será pago em 15 ou 20 anos, com a opção tam- bém de converter a dívida em ações.

    "Dada a complexidade do caso, a aprovação do plano de recuperação da PDG em apenas nove meses é uma importante vitória", diz Eduardo Munhoz, do escritório E. Munhoz Advogados, que representou a incorporadora.

    A recuperação judicial da PDG envolveu cerca de 23 mil credores e 512 sociedades de propósito específico (SPE), que representam as diferentes obras da empresa. Cada SPE tem contratos, empréstimos e garantias diferentes.

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