• Mercado

    Thursday, 02-May-2024 10:25:23 -03

    Reforma da Previdência volta a preocupar mercado e Bolsa recua 0,7%

    DE SÃO PAULO

    05/12/2017 19h04

    Diego Padgurschi/Folhapress
    Apoio do governo em reforma volta a ser questionado e Bolsa brasileira recua 0,7%
    Apoio do governo em reforma volta a ser questionado e Bolsa brasileira recua 0,7%

    A avaliação dos investidores de que o governo não tem apoio para aprovar a reforma da Previdência voltou a pressionar o mercado acionário nesta terça (5). No mercado cambial, o dólar fechou em baixa ajudado pela volta das atuações do Banco Central.

    O Ibovespa, que reúne as ações mais negociadas, recuou 0,74%, para 72.546 pontos. O giro financeiro negociado foi de R$ 8 bilhões –a média de dezembro está em R$ 7,9 bilhões.

    O dólar comercial fechou em baixa de 0,40%, para R$ 3,235. O dólar à vista se desvalorizou 0,26%, para R$ 3,235.

    As preocupações com a reforma da Previdência voltaram a dominar o humor dos investidores, conforme se aproxima o prazo para o recesso parlamentar, em 23 de dezembro.

    Nesta terça, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), afirmou que o governo que só colocará a reforma em votação se tiver certeza de que há o número de votos necessários para aprová-la.

    Maia defendeu que o texto seja votado neste ano. "Sem a reforma da Previdência, nós podemos ter um 2018 muito ruim e um 2019 péssimo", disse.

    "O mercado está numa situação estranha. A dependência do fator humano, no caso, os deputados, é difícil de trabalhar. Deixa o fundamento da economia em segundo plano. Precisamos da reforma, não há sustentabilidade para a questão fiscal no médio prazo", afirma Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset.

    O próprio presidente Michel Temer disse nesta terça que só pedirá para a reforma previdenciária ser votada quando houver garantia de votos suficientes para aprová-la. O último cálculo feito pelo Planalto aponta um placar de 280 votos –são necessários 308 para aprovar o texto.

    AÇÕES

    Das 59 ações do Ibovespa, 42 fecharam em queda, 16 subiram e uma se manteve estável.

    A Usiminas teve a maior desvalorização do índice, com recuo de 4,23%. A CPFL teve queda de 3,95%, na quinta sessão no vermelho. Desde a oferta pública que a chinesa State Grid fez para adquirir ações da empresa, concluída em 30 de novembro, os papéis da companhia acumulam queda de 33%.

    Já a CSN viu suas ações perderem 3,46%. Os papéis ordinários da mineradora Vale recuaram 2,20%, para R$ 36,02.

    Os preços do petróleo subiram nesta terça-feira, sustentados pela forte demanda, por expectativas de queda nos estoques dos Estados Unidos e pelo acordo liderado pela Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) para estender os cortes de produção.

    A alta não foi suficiente para impulsionar as ações da Petrobras, que fecharam em baixa nesta terça. Os papéis preferenciais da estatal tiveram baixa de 1,10%, para R$ 15,31. As ações ordinárias recuaram 1,06%, para R$ 15,92.

    No setor bancário, as ações do Itaú Unibanco tiveram desvalorização de 0,60%. As ações preferenciais do Bradesco recuaram 1,03%, e as ordinárias caíram 1,27%. O Banco do Brasil teve queda de 1,46%, e as units–conjunto de ações– do Santander Brasil subiram 0,53%.

    DÓLAR

    No mercado cambial, o dólar perdeu força ante 17 das 31 principais moedas no mundo.

    Aqui, o Banco Central voltou a atuar no mercado cambial. Na noite de segunda, o BC anunciou leilão de venda de US$ 2 bilhões com compromisso de recompra.

    O Banco Central também rolou 14 mil contratos de swaps cambiais tradicionais (equivalentes à venda de dólares no mercado futuro), para rolagem do vencimento de janeiro. Até agora, rolou o equivalente a US$ 2,1 bilhões dos US$ 9,638 bilhões que vencem no mês que vem.

    O CDS (credit default swap, espécie de seguro contra calote) do Brasil recuou 2,90%, para 162,4 pontos, menor nível desde 4 de dezembro de 2014.

    No mercado de juros futuros, os contratos mais negociados fecharam em baixa. O contrato com vencimento em janeiro de 2018 caiu de 6,980% para 6,953%. O contrato para janeiro de 2019 recuou de 7,060% para 7,040%.

    Folhainvest

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024