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    Banco Central corta juros e Selic cai para 7%, menor patamar histórico

    DE SÃO PAULO

    06/12/2017 18h20 - Atualizado às 18h26

    Marcos Santos/USP Imagens
    Banco Central cortou juros pela décima vez seguida e taxa Selic recuou para 7% ao ano
    Banco Central cortou juros pela décima vez seguida e taxa Selic recuou para 7% ao ano

    Na última reunião do ano, o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) decidiu, nesta quarta (6), cortar a taxa básica Selic em 0,5 ponto percentual, para 7% ao ano, levando o juro a seu menor patamar histórico.

    Foi a décima redução seguida do juro básico. A decisão, unânime, veio em linha com a expectativa dos 49 economistas ouvidos pela agência Bloomberg, que esperavam corte de 0,5 ponto percentual. Também ficou de acordo com os 7% estimados pelo Boletim Focus, do Banco Central.

    A queda de 0,5 ponto percentual representou nova redução do ritmo de corte do Banco Central –no encontro de outubro, a Selic tinha caído 0,75 ponto percentual. Desde abril, quando o juro caiu de 12,25% para 11,25% ao ano, o Copom vinha promovendo cortes de um ponto percentual.

    No comunicado divulgado após a decisão, o Copom indicou que uma nova redução da taxa básica de juros pode ser "adequada" caso o cenário econômico evolua conforme a expectativa do BC.

    JUROS EM QUEDA - Evolução da taxa básica Selic, em %

    Segundo o BC, o comportamento da inflação permanece favorável, mas avalia que há riscos, entre eles efeitos do choque favorável nos preços de alimentos e a frustração das expectativas sobre a aprovação das reformas.

    "O Comitê enfatiza que o processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira contribui para a queda da sua taxa de juros estrutural. As estimativas dessa taxa serão continuamente reavaliadas pelo Comitê", disse em nota.

    A queda desta quarta ocorreu em um cenário de inflação sob controle, mas diante de uma economia que ainda não demonstra sinais firmes de recuperação.

    O IPCA (índice oficial) de outubro mostrou avanço de 0,42%, o maior índice desde agosto do ano passado. Ainda assim, a inflação em 12 meses acumula alta de 2,7%.

    Novos reajustes de tarifas de energia e combustíveis e o fim da safra de alimentos devem manter, em novembro, a pressão sobre os preços. O centro de expectativa de analistas da Bloomberg é de alta de 0,35% —2,88% em 12 meses.

    Com isso, o indicador caminha para fechar o ano abaixo do centro da meta do Banco Central, que é de 4,5%.

    A queda dos juros também deve ajudar a impulsionar a economia, após um terceiro trimestre de quase estabilidade. O PIB (Produto Interno Bruto) cresceu 0,1% no terceiro trimestre e ficou praticamente estável em relação aos três meses imediatamente anteriores.

    Ainda assim, é o terceiro trimestre seguido de resultado positivo. O resultado veio um pouco abaixo do previsto pelos analistas, que esperavam uma alta de 0,3%. No entanto, o IBGE revisou o desempenho do PIB em trimestres anteriores, puxando para cima o resultado da economia no acumulado do ano.

    Em relação ao terceiro trimestre do ano passado, o PIB cresceu 1,4% entre julho e setembro deste ano. Neste ano, até setembro, a expansão é de 0,6%. Antes da divulgação deste resultado, a expectativa dos analistas era de um crescimento do PIB de 0,7% em 2017.

    No ano, segundo o Focus, a economia brasileira deve crescer 0,89%.

    Folhainvest

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