O jornal britânico "The Guardian" circulará em formato tabloide a partir de 15 de janeiro, informou a editora da publicação, Katharine Viner. Segundo ela, haverá algumas "surpresas" no jornal, mas o "Guardian" continuará o mesmo, apenas em um formato menor.

"A economia de custo estará nos processos de produção e impressão, e não no jornalismo", afirmou Viner em entrevista ao programa de rádio BBC Media Show.

O "Guardian" investiu £ 80 milhões (cerca de R$ 350 milhões) em máquinas que imprimem em formato berliner, com dimensões de 47 cm x 31,5 cm -no formato tabloide, terá 28 cm x 43 cm. Agora, prevê vender essas impressoras e fechar a gráfica.

Na entrevista, Viner afirmou que uma investigação concorrencial sobre o domínio comercial de Facebook e Google seria "uma boa ideia".

Em discurso recente, a editora do "Guardian" afirmou que o atual modelo de negócios que financia o jornalismo estava "entrando em colapso" conforme o Facebook e o Google "engolem a publicidade digital".

Estimativas indicam que os dois gigantes devem abocanhar 71% de todo dinheiro destinado à publicidade digital no Reino Unido até 2020.

Para Viner, Facebook e Google são "muito poderosos". "Eu acho que eles provavelmente são, sim. O domínio comercial deles não deixa muito espaço para ninguém."

A editora disse que o "Guardian", que registrou perda operacional de £ 62,5 milhões (cerca de R$ 275 milhões) no ano passado, deve ter prejuízo de £ 25 milhões (cerca de R$ 110 milhões) neste ano e alcançar o ponto de equilíbrio no próximo ano.